
(Atualiza com dados de acusação e data do julgamento).
Sydney (Austrália), 6 mar (EFE).- A Polícia de Papua Nova Guiné acusou nesta terça-feira o presidente do Supremo Tribunal, Salamo Injia, de obstruir uma investigação contra si próprio por suposto desvio de verbas, informou a imprensa australiana.
Injia foi detido durante a manhã desta terça-feira nas instalações do Supremo Tribunal em Port Moresby, a capital papua, e horas depois foi posto em liberdade condicional. O início do processo judicial será já nesta quarta.
A Polícia o acusa de intervir pessoalmente no patrimônio do falecido juiz Timothy Hinchliffe e de desviar ilegalmente US$ 104.326 que correspondiam ao filho do magistrado para os cofres do tribunal, informou a agência australiana ‘AAP’.
O Governo do primeiro-ministro, Peter O’Neill, suspendera o presidente do Supremo no início de fevereiro sob as mesmas acusações.
Salamo Injia presidiu em dezembro passado o processo no qual determinou, por 3 votos a 2, que a designação de O’Neill como primeiro-ministro era inconstitucional, ordenando na sequência a restituição de Michael Somare no cargo.
A detenção ocorre um mês após uma tentativa de golpe perpetrado pelo coronel retirado Yaura Sasa para pedir a restituição de Somare, que reivindica ser o legítimo primeiro-ministro do país.
Em agosto, quando Somare se encontrava havia vários meses em Cingapura para ser tratado de uma doença cardiovascular, o Legislativo resolveu nomear O’Neill primeiro-ministro.
Um mês depois, Somare retornou a Papua Nova Guiné e ao tentar recuperar o cargo respaldado por uma decisão da Suprema Corte a seu favor, o Governo liderado por O’Neill aprovou uma lei autorizando a destituição de seu antecessor.
Somare, um dos líderes políticos mais veteranos da região Ásia-Pacífico, foi nomeado pela primeira vez chefe do Executivo em 1975, quando Papua Nova Guiné obteve a independência da Austrália, e reeleito nas eleições realizadas em 1982, 2002 e 2007. EFE