O presidente do Peru, Ollanta Humala, expressou neste domingo a “certeza” de que o corpo encontrado pelas forças combinadas da polícia e do exército na selva do país é do líder guerrilheiro do Sendero Luminoso, conhecido como camarada “Artemio”.
“Tenho a certeza de que se trata do terrorista ‘Artemio'”, disse o presidente em declarações à rádio RPP, de Lima, ao anunciar que viajava para a região de Alto Huallaga (nordeste,) suspendendo sua agenda habitual.
“Artemio”, de 47 anos, cujo nome de batismo era Florindo Flores, liderava um remanescente da guerrilha do Sendero Luminoso na selva norte do Peru, e estava ferido gravemente após um enfrentamento com a polícia, na quinta-feira.
“O camarada Artemio” é, segundo analistas, o último integrante em liberdade do Comitê Histórico do Sendero Luminoso, pelo qual o governo peruano oferecia uma recompensa de um milhão de sóis (350.000 dólares) e o americano, de 5 milhões de dólares.
“Patrulhas do exército e da polícia encontraram o corpo de uma pessoa com as características do camarada Artemio”, acrescentou o presidente Humala, um ex-tenente-coronel do exército que lutou contra a guerrilha na década de 1990.
“Estou indo para a área das operações para confirmar no terreno e dar a boa notícia ao país”, acrescentou Humala, um nacionalista que assumiu o poder em julho de 2011, após ganhar as eleições presidenciais daquele ano.
“Artemio” tinha sido ferido na quinta-feira, em confronto em Puerto Pizana (nordeste), entre uma coluna da guerrilha e forças combinadas da polícia e do exército.
“Com isto realmente começa a pacificação do Alto Huallaga”, afirmou o presidente peruano.
Atualmente, o Sendero Luminoso tem remanescentes das duas principais zonas produtoras de coca do país, o Alto Huallaga e o Vale dos rios Apurímac e Ene, com um total de 300 homens, segundo analistas. O governo acusa a organização guerrilheira de colaborar na vigilância dos cultivos ilícitos de coca.
O Sendero Luminoso foi desarticulado em meados dos anos 1990 e seus principais líderes cumprem prisão perpétua, após um conflito interno que deixou 70.000 mortos, segundo a Comissão de Verdade e Reconciliação.