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Presidente do Irã falha na tarefa de liberar Facebook

Setores radicais do país insistem na censura á rede, bloqueada desde os protestos de 2009

Por Da Redação
22 dez 2013, 13h12

O presidente do Irã, Hassan Rohani, está perdendo, por enquanto, a batalha com os setores mais conservadores do regime para permitir no país o uso do Facebook e de outras redes sociais, que só podem ser acessadas no país através do uso de servidores que burlam a censura. Quatro meses após chegar ao poder, Rohani, que tenta passar uma imagem de moderado para os públicos externo e interno, não conseguiu cumprir uma das promessas eleitorais que, de fora, poderia parecer fácil para um chefe de Estado.

Membros do seu governo vêm se manifestando repetidamente a favor do fim da proibição, imposta após os protestos de 2009 que ocorreram na esteira da controversa reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad. A oposição apontou fraudes no pleito.

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O ministro da Cultura e Orientação Islâmica, Ali Janati, declarou recentemente ser a favor da permissão do uso das redes sociais e, inclusive, reconheceu publicamente ter uma conta no Facebook, algo que, assinalou, “não representa nenhum crime”. A opinião é compartilhada pelo usuário do Facebook e tuitero Mohammed Yavaz Zarif atual o titular da pasta das Relações Exteriores, que conta com cerca de 800.000 seguidores na rede social de Mark Zuckeberg e mais de 100.000 no Twitter e usa habitualmente essas redes para se comunicar com os cidadãos, o que o fez receber críticas dos setores mais radicais.

Setores radicais, contudo, ainda conseguem bloquear iniciativas liberalizantes. Abdol Samad Khorramabadi, um dos responsáveis por decidir que conteúdos devem ser vetados, afirmou nesta semana à agência local Fars que o Facebook, chamado por ele de “site de espionagem sionista”, continuará proibido porque essa rede social foi essencial para a organização das revoltas de 2009, que o regime considerou um ato de insurreição e traição impulsionado a partir do exterior.

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Já o coronel da Polícia Moral Masoud Zahedian advertiu a população que “a polícia está presente na internet e controlava espaços como Facebook, Instagram, Wechat e outras redes similares”, segundo ele a fim de evitar que os “cidadãos sejam flagrados em redes de corrupção e prostituição”. Na semana passada, Seyed Ali Taheri, porta-voz da Comissão de Cultura do Parlamento iraniano (Mayles) também dirigiu seu discurso contra o Facebook, afirmando que a rede social é uma “ferramenta para espionar e buscar uma mudança de regime”.

Nas ruas, a reivindicação social é clara, sobretudo entre os jovens das cidades. “Tem que abrir o Facebook. As autoridades têm um medo absurdo desse tema”, disse um jovem escritor de Teerã. A censura, além disso, parece também não ter grande efeito: segundo dados divulgados recentemente pelo diário Etemaad, ao redor de 17 milhões de iranianos utilizam de forma habitual redes sociais na Internet.

A publicação assegura que “não se chegará a nenhum resultado” impondo restrições à web, que são facilmente burladas com programas que combatem filtros ou VPN (da sigla em inglês para Virtual Private Network). “Em Teerã, quem quer tem Facebook. Mas é preciso acessá-lo com proxies e há gente que tem medo, porque, se usá-lo, já estará fazendo algo contrário à lei”, declarou um jovem que trabalha para uma empresa europeia em Teerã. “As pessoas estão cheias dessas restrições, é imprescindível abrir as redes sociais ao público”, disse.

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(Com agência EFE)

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