Quito, 16 fev (EFE).- O presidente do Equador, Rafael Correa, demonstrou nesta quinta-feira contrariedade pela decisão do Panamá de conceder asilo diplomático ao diretor do jornal equatoriano ‘El Universo’, Carlos Pérez, condenado por injúrias junto com seus irmãos, Nicolás e César, e o ex-editor da publicação Emilio Palacio.
‘Me causa estranheza. Teria que conversar com Ricardo (Martinelli, presidente do Panamá). Trata-se de um país soberano, respeitamos sua decisão’, disse Correa num encontro com a imprensa estrangeira.
Além disso, o chefe de estado argumentou que os irmãos Pérez ‘não são perseguidos políticos’.
Em sua conta de Twitter, o líder panamenho escreveu: ‘Acabo de dar asilo ao jornalista do jornal El Universo Carlos Pérez condenado a três anos de prisão e 40 milhões (de dólares) de multa no Equador’.
Uma fonte da chancelaria do Panamá confirmou à Agência Efe que Martinelli concedeu asilo diplomático’ a Carlos Pérez, que foi acusado junto com seus irmãos de injúria pelo presidente do Equador.
O Ministério das Relações Exteriores do Panamá informou que Pérez está asilado na Embaixada panamenha em Quito e ordenou que o embaixador do país, José Noriel Acosta, notifique o dono do jornal sobre a decisão.
A Suprema Corte de Justiça do Equador ratificou na madrugada desta quinta-feira a sentença contra os diretores do ‘El Universo’ e Palacio (que pediu asilo nos Estados Unidos), que prevê o pagamento de US$ 30 milhões e três anos de prisão.
A polêmica começou quando o ex-editor do jornal afirmou em sua coluna que Correa poderia ser acusado de ‘cometer crimes contra a humanidade por ter ordenado’ o ataque a um hospital com a presença de civis durante uma revolta policial em 30 de setembro de 2010. EFE