Presidente do Equador anuncia que não participará da Cúpula das Américas
Rafael Correa recusa o encontro em protesto ao boicote dos EUA à participação de Cuba
O presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou nesta quinta-feira que não participará da Cúpula das Américas, que será realizada em Cartajena de Índias, na Colômbia, nos dias 14 e 15 de abril, em protesto ao boicote dos Estados Unidos à participação de Cuba.
“Se teremos de analisar, se assistimos, seguimos assistindo, a esse tipo de cúpulas, onde não se tentam resolver os problemas fundamentais de nossa América, mas apenas fazer e dizer o politicamente correto, em função do ‘establishment’, a isso não vamos nos emprestar”, afirmou Correa em entrevista coletiva durante sua primeira visita oficial à Turquia.
Correa ressaltou que são cúpulas em que ‘não são tratados os problemas fundamentais e inadiáveis’ da América. Como exemplo dessas questões, o presidente do Equador citou o “bloqueio a Cuba que já persiste há 50 anos e rompe todos
os princípios do direito internacional e a inadmissível, inaceitável colonização por parte da Inglaterra das Ilhas Malvinas, à frente do litoral argentino, colonialismo em nosso século 21″.
Rafael Correa também fez questão de ressaltar que seu país não é inimigo de nenhum governo. “De fato, eu vivi durante quatro anos e tenho dois títulos universitários dos Estados Unidos, que é um país do qual gosto muito”, ponderou. No entanto, acrescentou que “esta é uma questão de princípios: que a esta altura da história da humanidade, a este nível de integração Latino-Americana, aceitemos o bloqueio de um país por parte de outro, me parece escandaloso, por ao menos dizer”, fazendo referência ao embargo dos EUA contra Cuba.
Histórico – No início de março, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, responsabilizou os Estados Unidos pelo fato de a ilha não ter sido convidada à 6ª Cúpula das Américas, embora, segundo Rodríguez, nunca tenha pedido para participar do evento.
O ministro disse ainda que a exclusão, por parte dos EUA, é ‘inaceitável e injustificada’ e faz parte, segundo ele, do bloqueio ‘genocida e ilegal’ que Washington mantém sobre a ilha caribenha há mais de 50 anos.
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(Com agência EFE)