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Presidente da Turquia burla veto e critica Erdogan pelo Twitter

Usuários protestam e classificam manobra de 'golpe digital'. País terá eleições municipais no final de março

Por Da Redação
21 mar 2014, 22h26

A autoritária medida de bloquear o acesso ao Twitter, anunciada por um tribunal da Turquia depois de o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan ter ameaçado realizar o bloqueio, recebeu duras críticas dentro e fora do governo – além de ter sido facilmente burlada por muitos dos 10 milhões de usuários da rede social no país, e até pelo presidente Abdullah Gul. Ele usou sua conta na rede social para lamentar a medida. “Impedir o acesso a plataformas sociais é algo que não pode ser aprovado. Em todo caso, não é tecnicamente possível bloquear por completo plataformas ativas no mundo inteiro como o Twitter”, postou.

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Muitos na Turquia conseguiram furar o bloqueio usando serviços de mensagens de texto ou enganando o sistema de localização de seus computadores – até nas ruas pichações indicam números de DNS (Domain Name Settings) que podem ser usados para enganar a proibição. As hashtags #TwitterisblockedinTurkey (Twitter bloqueado na Turquia) e #DictatorErdogan (Erdogan ditador) surgiram entre os assuntos mais comentados na rede social. Muitos usuários da rede social classificaram a manobra de “golpe digital”, e alguns compararam a Turquia ao Irã e à Coreia do Norte, onde ferramentas desse tipo são controladas pelo governo.

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“A decisão de bloquear o Twitter é um ataque sem precedentes à liberdade da internet e à liberdade de expressão na Turquia. A medida draconiana mostra até onde o governo está disposto a ir para evitar as críticas”, disse o pesquisador da Anistia Internacional Andrew Gardner, em comunicado.

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Alvo de denúncias por suspeita de corrupção, Erdogan realizou nas últimas semanas vários ataques verbais contra redes como o Twitter, o Facebook e o YouTube, usadas para divulgar acusações contra seu governo. O premiê, que domina a política na Turquia há mais de uma década, afirmou recentemente que abandonaria a política se a legenda que dirige, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), perder as eleições municipais que serão realizadas no próximo dia 30.

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Para Soli Ozel, professor de relações internacionais da Universidade Kadir Has, em Istambul, a única explicação para o bloqueio é o interesse de Erdogan em esconder as denúncias de corrupção contra ele a dez dias das eleições municipais. “Embora um esforço dessa natureza seja racional, é muito irracional você acreditar que pode impedir o acesso às redes sociais. O meu filho conseguiu furar o bloqueio em quinze segundos”, afirmou, em entrevista ao jornal The New York Times. “Parece que existe uma informação muito sensível que o governo não quer que seja espalhada pela internet”.

Gul, visto como uma figura mais conciliatória, fundou o islamista AKP junto com o premiê e é tido como um sucessor em potencial se Erdogan decidir disputar a presidência nas eleições de agosto – o que demandaria mudanças na estrutura política do país, já que, atualmente, o cargo de primeiro-ministro concentra muito mais poderes que o de presidente.

(Com agência Reuters)

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