O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, aceitou devolver parte dos 246 milhões de rands (60 milhões de reais) de dinheiro público que gastou há seis anos na reforma de sua residência, como pediu a Defensora do Povo. “Para acabar com esta interminável disputa, o presidente propõe que se determine de forma independente e imparcial a quantidade que deve pagar”, diz um comunicado da presidência divulgado nesta quarta-feira.
Com esta proposta, Zuma pretende conseguir um acordo que ponha fim ao processo judicial aberto pelo Tribunal Constitucional a pedido da oposição, cuja audiência está marcada para 9 de fevereiro. Zuma sugere que o auditor-geral, que tem como função supervisionar as contas públicas, e o ministro das Finanças sejam designados pelo Tribunal para determinar a quantidade que deve devolver.
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A presidência justificou como obras destinadas a garantir a segurança do líder – e, portanto, a cargo do contribuinte – a construção em sua residência de Nkandla de um estábulo para vacas, um galinheiro, uma piscina e um anfiteatro, segundo o relatório que publicou a Defensora do Povo, Thuli Madonsela, em 2014.
Em relatório que livrava Zuma de restituir o dinheiro aos cofres públicos, o ministro da Polícia, Nkosinathi Nhleko, membro do partido governista Congresso Nacional Africano (CNA), assegurava, por exemplo, que a piscina é “um elemento estratégico para apagar fogos”, e portanto uma infraestrutura dedicada à segurança.
Jacob Zuma chegou em 2009 à presidência da África do Sul, depois que a Justiça retirou mais de 700 acusações por corrupção que pesavam contra ele. Ele foi reeleito em 2014, apesar das várias acusações de corrupção contra ele e sua administração.
(Com EFE)