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Presidente da Colômbia ganha o prêmio Nobel da Paz

Juan Manuel Santos foi o grande artífice do acordo de paz com as Farc. Apesar da população ter rejeitado o pacto, chances da paz prosperar são grandes

Por Da redação
Atualizado em 7 out 2016, 07h16 - Publicado em 7 out 2016, 06h22

Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, ganhou nesta sexta-feira o Nobel da Paz de 2016 por “seus esforços resolutos para encerrar a guerra civil de mais de 50 anos em seu país”, informa o comunicado do comitê do prêmio. Santos foi o grande artífice do acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), uma guerrilha esquerdista que há 50 anos promove ataques contra a população civil órgãos do governo. “O prêmio também deve ser visto como uma homenagem ao povo colombiano”, completa o texto do comitê responsável por escolher o vencedor do Nobel da Paz.

O pacto selado com as Farc foi o resultado de negociações iniciadas quando Santos assumiu seu primeiro governo, em 2010, mandato para o qual foi reeleito em 2014. A fase pública das negociações começou em novembro de 2012, por meio diálogos formais em Havana, mediados por Cuba e Noruega, e com acompanhamento de Venezuela e Chile. Depois de quatro anos de conversas entre o presidente Santos e o líder guerrilheiro Rodrigo Londoño Echeverri, o Timochenko, o acordo foi firmado.

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No último domingo, porém, por uma pequena margem de votos, a população da Colômbia rejeitou em um referendo o acordo de paz do governo. O “não” ao pacto teve 50,2% dos votos, contra 49,8%% do “sim” – uma diferença final de pouco mais de 60.000 votos. O referendo teve baixo comparecimento, com apenas cerca de 40% dos eleitores aptos indo às urnas. “O fato de a maioria dos eleitores ter dito ‘não’ ao acordo de paz não significa necessariamente que o processo de paz está morto”, informou o comitê. “Isso torna ainda mais importante que os lados, liderados pelo presidente Santos e pelo chefe das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, continuem a respeitar o cessar-fogo”, acrescenta o texto.

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Críticas ao acordo — Apesar de inesperada, a rejeição do acordo tem duas principais motivações, que foram defendidas pelo ex-presidente Álvaro Uribe, líder da campanha pelo “não”. A primeira é de que as punições previstas aos guerrilheiros das Farc por seus crimes eram muito brandas. O acordo definia que só seriam julgados aqueles que cometeram crimes contra a humanidade, como assassinato, tortura, sequestro e estupro. Mesmo esses, se confessassem seus delitos, receberiam 5 a 8 anos de “restrição de liberdade”, ou seja, não iriam para prisões comuns.

O segundo ponto criticado pelos defensores do “não” é a permissão que membros e, principalmente, líderes das Farc atuem politicamente. Em suas últimas reuniões, o grupo de guerrilha deixou claro que pretendia se converter em um partido político. Uribe e seus apoiadores exigem que os chefes guerrilheiros, responsáveis por diversos crimes durante a guerra, fiquem inelegíveis.

O futuro — O resultado põe o acordo de paz em estado de suspensão. O “não” à proposta deixa as negociações entre a Colômbia e as Farc em situação incerta. Não está claro o que acontecerá com as negociações de paz na Colômbia após a rejeição do acordo, porém, é certo que precisarão ser dados alguns passos para atrás. No domingo à noite, o presidente da Colômbia e principal nome da campanha pelo “sim”, Juan Manuel Santos, garantiu que “o cessar-fogo bilateral e definitivo segue vigente e seguirá vigente”. A posição do chefe das Farc, Timochenko, também foi de insistir em cessar as hostilidades.

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Prêmio Nobel — O laureado receberá o prêmio em 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel, o industrial que criou o prêmio, em uma cerimônia em Oslo, na Noruega. O valor do prêmio deste ano é de 8 milhões de coroas, ou cerca de 3,5 milhões de reais. Ao longo da história, 96 prêmios Nobel da Paz foram atribuídos desde 1901 a 103 indivíduos e 23 organizações. Duas entidades, a Cruz Vermelha e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ganharam mais de uma vez. Em alguns anos, houve mais de um vencedor, e a comissão deixou de conceder o prêmio em 19 vezes, a última delas em 1972.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, cumprimenta o líder das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri (Timochenko), durante acordo de paz, em Cartagena
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, cumprimenta o chefe das Farc, Timochenko, durante acordo de paz, em Cartagena (Luis Acosta/AFP)

(Da redação)

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