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Premiê turco reúne partidários depois de noite de confrontos em Istambul

Recep Tayyip Erdogan convocou aliados após ação intensa da polícia para retirar os manifestantes do Parque Gezi

Por Da Redação
16 jun 2013, 11h20

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, reuniu neste domingo dezenas de milhares de partidários em Istambul, após uma noite de violentos confrontos na cidade. Desalojados à força no sábado à noite do Parque Gezi com gás lacrimogêneo e jatos d’água, manifestantes contrários ao govenro prometeram voltar neste domingo à Praça Taksim, berço do movimento que mobiliza Istambul há mais de duas semanas.

Na manhã deste domingo, um grande esquema policial interditava os acessos à praça. No bairro de Sisli, a algumas centenas de metros da Praça Taksim e do Parque Gezi, a polícia voltou a usar jatos d’água e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar jovens que ainda resistiam à desocupação durante a manhã.

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Enquanto isso, e pela primeira vez em Istambul desde o início da onda de contestação popular, unidades da guarda, uma força militar submetida em tempos de paz ao Ministério do Interior, foram mobilizadas nos dois lados do Bósforo para evitar qualquer concentração de manifestantes vindos da parte asiática de Istambul.

Em Ancara, a polícia também enfrentava centenas de manifestantes que foram dispersados com muito gás lacrimogêneo. “Eles atacaram até as mulheres”, contou Ader Tefiq, um dos manifestantes. “Eu estava dentro da barraca-hospital e fui atingida por bombas de gás lacrimogêneo”, disse Elif, uma psicóloga de 45 anos.

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Jatos d’água – Manifestantes denunciaram fortes irritações cutâneas após serem atingidos por jatos d’água usados para dispersar a multidão no Parque Gezi na noite deste domingo. O governador de Istambul, Hüseyin Avni Mutlu, declarou que havia uma “solução médica” misturada à água nos tanques policiais.

Ali Çerkezoglu, secretário-geral do Colégio de Médicos de Istambul, disse ao jornal Milliyet que as pessoas expostas à água dos blindados tinham sofrido reação alérgica e uma sensação de queimação que durava pelo menos duas horas.

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Repressão – Segundo a coordenação dos manifestantes, batizada de Solidariedade Taksim, centenas de pessoas ficaram feridas durante a operação. O governador de Istambul, Huseyin Avni Mutlu, calculou em 44 o número de feridos.

Logo depois da evacuação do parque, dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Istambul para tentar retomar a Praça Taksim. Ainda à noite, policiais agiram com gás lacrimogêneo, jatos d’água e balas de borracha para dispersar a multidão.

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Milhares de pessoas que tentavam passar do lado asiático para ao europeu do Bósforo foram dispersadas.

Em Ancara e Izmir, na região oeste, milhares de manifestantes também se reuniram durante a noite para denunciar a intervenção da polícia, mas não houve incidentes.

Início – A onda de contestação explodiu em 31 de maio, quando a polícia agiu com força para dispersar militantes ambientalistas que protestavam contra a destruição anunciada do Parque Gezi e de seus 600 plátanos.

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A ira provocada por essa operação suscitou a maior revolta contra o governo islâmico conservador desde a sua chegada ao poder em 2002.

Nas maiores cidades do país, dezenas de milhares de manifestantes exigiram a renúncia de Erdogan, acusado de autoritarismo e de querer “islamizar” a sociedade turca. Parte da juventude turca critica, principalmente, os projetos de leis contra o aborto e a utilização de pílulas do dia seguinte, assim como a proibição da venda de álcool após as 22h.

De acordo com o último registro do sindicato dos médicos turcos, quatro pessoas morreram e cerca de 7.000 ficaram feridas desde o início da onda de protestos.

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(Com agências France-Presse e EFE)

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