Premiê turco exige fim de protestos contra o governo
Manifestação contra destruição de parque desencadeou movimento contra o partido do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, que reagiu neste sábado
Por Da Redação
1 jun 2013, 12h50
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu neste sábado o fim imediato dos mais sangrentos protestos contra o governo em anos, depois que manifestantes entraram em conflito com a polícia em Istambul pelo segundo dia consecutivo. Erdogan prometeu continuar com a revitalização da praça Taksim, um projeto que desencadeou os protestos, e afirmou que o assunto estava sendo usado como subterfúgio para aumentar as tensões no país.
A polícia atirou gás lacrimogêneo e disparou canhões de água para conter a multidão que gritava frases como “unidos contra o fascismo” e pedia a renúncia do governo. O objetivo era impedir que os manifestantes chegassem até a praça Taksim, onde centenas de pessoas ficaram feridas em confrontos na última sexta-feira. Manifestantes também entraram em confronto com a polícia no bairro de Besiktas, após cruzarem uma ponte sobre o estreito de Bósforo, em outra aparente tentativa de alcançar a praça.
“A cada quatro anos nós realizamos eleições, e esta nação faz a sua escolha”, afirmou Erdogan em um discurso transmitido pela televisão. “Aqueles que têm um problema com as políticas governamentais podem expressar sua opinião dentro da estrutura da lei e da democracia. Estou pedindo aos manifestantes que cessem imediatamente essas ações”, afirmou.
Histórico – O protesto no Parque Gezi, ao lado da praça, começou no fim da segunda-feira, depois de árvores terem sido derrubadas devido ao plano de revitalização, que planeja a construção de um shopping center no local, mas se transformou em uma ação mais ampla contra Erdogan e seu partido, o Justiça e Desenvolvimento (AKP), que tem raízes islâmicas.
Erdogan liderou uma transformação na Turquia durante a década em que está no poder, fazendo a economia se transformar na de maior crescimento na Europa. No entanto, muitos criticam seu autoritarismo e o que chamam de interferência de seu governo na vida privada. Grandes restrições à venda de bebidas alcoólicas e alertas contra manifestações amorosas públicas levaram a protestos nas últimas semanas. Muitos turcos também temem que as políticas do governo façam a Turquia entrar no conflito da Síria.
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Em um discurso no início desta semana, o premiê disse que os planos para o parque serão mantidos, “não importa o que eles façam”, referindo-se aos manifestantes. A previsão é que o parque, que fica na Praça Taksim, uma equivalente turca da Praça Tahrir, no Egito, dará lugar a uma réplica de quartéis da era Otomana que vai abrigar o centro comercial.
Médicos afirmaram que mil pessoas ficaram feridas nos conflitos em Istambul na sexta-feira, no que foi a maior manifestação contra o governo em anos. Seis pessoas perderam olhos após serem atingidas por cilindros de gás lacrimogêneo, informou a Associação dos Médicos Turcos.
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