Tóquio, 25 dez (EFE).- O primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, partiu neste domingo para Pequim para uma visita oficial de dois dias na qual se espera aborde com o presidente da China, Hu Jintao, a situação na Coreia o Norte após a morte de Kim Jong-il.
Segundo a agência local ‘Kyodo’, Noda manterá reuniões com Hu e com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, aos quais pedirá a colaboração de Pequim para tentar retomar as conversas de seis lados para a desnuclearização de Coreia o Norte.
Este diálogo, no qual participam as duas Coreias, Estados Unidos, China, Japão e Rússia, está estagnado desde o final de 2008 e nos últimos meses se tinham retomado os contatos para tentar retomá-lo, mas o inesperado anúncio na segunda-feira da morte de Kim Jong-il deixou o processo no ar.
A reunião entre Noda e Hu será a primeira entre líderes de dois países-membros da negociação de seis lados desde que se soube da morte do líder norte-coreano, cujo funeral acontece na quarta-feira.
A Coreia do Norte se tinha mostrado disposta a voltar à mesa de diálogo incondicional, mas EUA e Coreia do Sul, respaldados pelo Japão, pedem que o país renuncie a seu programa de enriquecimento de urânio e permita a entrada de inspetores da AIEA.
O porta-voz do Governo japonês, Osamu Fujimura, disse que Noda transmitirá a Hu e Wen que, para o Japão, o papel da China, praticamente único aliado da Coreia do Norte e que preside as negociações de seis lados, é ‘muito importante’, segundo a ‘Kyodo’.
Espera-se que os líderes da segunda e terceira maiores economias mundiais também tratem aspectos financeiros, entre eles a possibilidade de se adquirir respectivamente bônus um do outro para reforçar sua aliança neste campo.
Além disso, Noda poderia pedir à China para suavizar as restrições que mantém sobre a importação de alimentos do Japão por causa da crise na usina nuclear de Fukushima, segundo a ‘Kyodo’.
Também se falará de segurança marítima, uma questão que causou mais de um atrito nas já tradicionalmente difíceis relações entre Japão e China.
Prevê-se que Noda e os líderes chineses falem sobre a criação de um novo mecanismo para discutir a segurança marítima a fim de evitar situações como aquela e diminuir a tensão, segundo a ‘Kyodo’. EFE