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Premiê italiano Draghi sobrevive voto de confiança, mas deve renunciar

Coalizão governista, que abrangia todos os principais partidos italianos, com exceção do Irmãos da Itália, perdeu três membros importantes

Por Da Redação Atualizado em 20 jul 2022, 16h20 - Publicado em 20 jul 2022, 15h52

Depois de apresentar na semana passada sua renúncia após uma rebelião na ampla coalizão de unidade nacional, o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, não alcançou maioria durante um voto de confiança no Senado nesta quarta-feira, 20. Com isso, o governo está prestes a ser desfeito, à medida que o premiê afirmou que só permaneceria no cargo com amplo apoio.

Antes mesmo do fim da sessão no Senado, Draghi seguiu à sede da Presidência para uma reunião com o presidente Sergio Mattarella, já com intuito de oficializar sua renúncia.

A coalizão governista, que abrangia todos os principais partidos italianos, com exceção do Irmãos da Itália, da extrema-direita, perdeu três membros importantes. Dois da direita, a Força Itália, de Silvio Berlusconi, e a Liga, de Matteo Salvini, se recusaram a votar durante a moção, enquanto o antissistema Movimento 5 Estrelas se absteve.

O Cinco Estrelas, que conquistou 33% dos votos em 2018 e, como resultado, ainda é o maior partido do governo. Desde então, desmoronou. O partido perdeu cerca de dois terços de seu apoio nacional e pode ser dizimado na próxima disputa eleitoral.

Mais cedo nesta quarta-feira, Draghi afirmou que a revolta do 5 Estrelas significava “o fim” do pacto de confiança que alimentou seu governo e que era inaceitável. Se um partido pode se rebelar, qualquer um “poderia rebelar-se”, alertou. Ele disse que, por ter sido nomeado primeiro-ministro interino e não eleito diretamente, sua legitimidade dependia de “o maior apoio possível”.

“O único caminho a seguir, se quisermos ficar juntos, é reconstruir de cima este pacto, com coragem, altruísmo e credibilidade”, disse Draghi em um discurso ao Senado italiano, antes do voto de confiança.

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No entanto, muitos analistas acreditam que o Parlamento não poderia realizar muitos feitos sem Draghi e sua reputação de estadista europeu sênior que salvou o euro como presidente do Banco Central Europeu.

Caso o cargo de primeiro-ministro fique vago, uma situação de instabilidade pode surgir não apenas no território italiano, mas também em toda a Europa. A União Europeia, cujo Draghi é um grande defensor, luta para manter a unidade e a cooperação na resposta contra a Rússia na invasão da Ucrânia.

A incerteza, depois de uma maré relativamente estável, foi imediata. Para o ministro das Relações Exteriores italiano, Luigi di Maio, o dia de hoje significa “uma página sombria para a Itália”.

“A política falhou, diante de uma emergência a resposta foi a de não saber assumir a responsabilidade de governar. O futuro dos italianos foi usado como se fosse um jogo. Os efeitos dessa escolha trágica ficarão na História”, escreveu nas redes sociais.

Desde que Draghi assumiu o cargo, no início de 2021, após pedido do presidente da Itália para que ele resolvesse a crise política criada pelo colapso do governo de Conte, o primeiro-ministro liderou o país no combate à pandemia da Covid-19 e encheu o governo de especialistas que sacudiram a Itália de seu mal-estar político e econômico.

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Draghi, frequentemente chamado de Super Mario por seu papel em salvar o Euro durante seu período como presidente do Banco Central Europeu, impulsionou imediatamente a posição internacional da Itália e a confiança dos investidores. A promessa de uma mão firme ajudou a Itália a receber mais de 200 bilhões de euros em fundos de ajuda da Europa,  uma quantia transformadora que deu ao país sua melhor chance de modernização em décadas.

O ex-presidente do Banco Central trouxe um crescimento moderado para a Itália e fez reformas em seu sistema de justiça e código tributário, além de simplificar a burocracia e encontrar diversas fontes de energia fora da Rússia, incluindo renováveis. 

 

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