Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Porto Rico vota por anexação aos EUA, em consulta esvaziada

A escolha sem valor legal de se tornar um estado americano venceu com 97,2% dos votos, mas apenas 23% da população foi às urnas

Por Da redação
12 jun 2017, 12h00

Os porto-riquenhos votaram neste domingo para que o território seja anexado aos Estados Unidos, como o 51º estado americano. Apesar de a anexação vencer com 97,2% dos votos, o plebiscito sem valor legal foi marcado pela baixa participação do povo e boicotado pela oposição.

Cerca de 2,2 milhões de eleitores foram convocados nesse fim de semana para escolher entre a anexação, a independência ou por manter o status quo. Segundo informações da Comissão Estatal de Eleições (CEE), a anexação ganhou com folga, com 502.605 votos, porém, a participação foi de apenas 23%.

Os resultados eram previsíveis devido ao boicote dos partidos Independentista Porto-riquenho (PIP) e Popular Democrático (PPD), que consideraram a consulta “uma farsa”. Após a divulgação dos números, cerca de 500 pessoas opostas à realização do plebiscito se reuniram em frente à CEE e queimaram bandeiras americanas, cantando “fogo, fogo, os ianques querem fogo”. Convocados por organizações de esquerda, os manifestantes repudiaram o “centenário da imposição da cidadania norte-americana” aos porto-riquenhos e os 118 anos de “dominação colonial”.

Apesar da polêmica, o governador de Porto Rico, Ricardo Rousselló Nevares, anunciou que defenderá perante às autoridades federais e aos fóruns mundiais o resultado do plebiscito. “Recorreremos aos fóruns internacionais para defender a importância de que Porto Rico seja o primeiro estado hispânico dos Estados Unidos”, disse o político, que votou pela anexação.

Relação confusa

Porto Rico é um país independente no Caribe que os Estados Unidos tomaram da Espanha em 1898. Em 1952, Washington conferiu à ilha o status de “Estado livre associado“, o que lhe dá como a cidadania e a liberdade de trânsito, além certa autonomia de governo. Por outro lado, os porto-riquenhos não têm a totalidade dos direitos políticos conferidos a outros cidadãos americanos. 

Na atual relação, por exemplo, os porto-riquenhos não podem votar em eleições presidenciais, a menos que residam no continente. O povo da ilha é representado no Congresso por apenas um comissário com voz, mas sem voto, e Washington tem a última palavra em assuntos de seus territórios.

A ilha caribenha atravessa há uma década uma grave crise econômica. Hoje, 46% dos seus 3,5 milhões de habitantes vivem na pobreza e o país está dizimado por uma dívida de mais de 70 bilhões de dólares, que não pode honrar. No mês passado, o território caiu na maior falência de uma entidade americana. Washington passou a supervisionar suas finanças, mas não mostra vontade de resgatar Porto Rico, entre outras razões, porque não é propriamente um estado da União.

(Com AFP)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.