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Por que o Japão reclamou da sobremesa do encontro entre as Coreias

Dois pontos milimétricos em um mapa decorando uma musse de manga relembraram antiga disputa territorial na península coreana

Por Thais Navarro
26 abr 2018, 16h24

O governo da Coreia do Sul divulgou na última terça-feira, 24, o cardápio da Cúpula Inter-Coreana marcada para 27 de abril. Entre os aperitivos, há uma sobremesa que chamou a atenção do Japão — uma musse de manga decorada com flores e com um desenho da bandeira da unificação, que representa a Coreia do Sul e a Coreia do Norte sob um mesmo território. A sobremesa teria passado despercebida se não fosse por um detalhe — ao lado direito do desenho da Coreia unificada, há dois pontos milimétricos que representam ilhas que estão sob disputa territorial entre Japão e Coreia do Sul há décadas.

As ilhas são chamadas de Dokdo pelos sul-coreanos e de Takeshima pelos japoneses e encontram-se atualmente no domínio do país coreano, embora o Japão reclame sua posse. Uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Japão classificou a sobremesa como “extremamente lamentável” e disse que seu país apresentou um protesto ao governo da Coreia do Sul pedindo que ela não fosse servida.

A musse não é o único item do menu que carrega simbolismo. Kim Eui-kyeom, porta-voz da Casa azul (sede do governo e palácio presidencial) disse em coletiva de imprensa: “Este cardápio foi selecionado para homenagear aqueles que se esforçaram para alcançar a paz e a unificação na Península Coreana nos últimos anos”. No menu, divulgado pelo Governo sul coreano, também há bolos cozidos conhecidos como pyeonsu, originais da cidade natal de Kim Dae-jung, ex-presidente sul-coreano que participou da primeira cúpula Inter-Coreana, em 2000, com o então líder norte-coreano Kim Jong-il, pai de Kim Jong-un.

Em homenagem aos atuais Chefes de Estados das duas Coreias, há o Dalgogi assado, um prato com peixe tradicional da cidade de Busan, onde Moon Jae-in passou sua infância, e uma versão coreana de Batata Rosti suíça — que remete ao país onde Kim estudou na juventude (embora a Coreia do Norte nunca tenha confirmado tal informação).

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O encontro entre Kim Jong-un e Moon Jae-in nesta sexta-feira será o primeiro em 11 anos entre líderes dos dois países, e o primeiro desde que Kim Jong-un assumiu o comando da Coreia do Norte em 2011. Os encontros anteriores aconteceram em 2000 e 2007, ambos sob a liderança de Kim Jong-il e dos ex-presidentes sul coreanos Kim Dae-jung e Roh Moo-hyun, respectivamente.

A Cúpula Inter-Coreana está entre uma série de encontros diplomáticos em meio à recente abertura da Coreia do Norte ao debate sobre seu arsenal nuclear — Entre 25 e 28 de março, Kim viajou para fora de seu país pela primeira vez desde que assumiu a liderança para visitar Xi Jinping, presidente da China. Em 18 de abril, o presidente americano Donald Trump confirmou que o então diretor da CIA Mike Pompeo visitara Kim na semana anterior. O encontro mais aguardado, no entanto, ainda não tem data definida: é aquele entre Trump e Kim Jong-un, previsto para o final de maio ou começo de junho.

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