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Por medo de Covid-19, professores da Flórida processam estado

Sindicatos se uniram nesta segunda-feira para pressionar o republicano Ron DeSantis a voltar atrás em decisão de reabrir escolas em agosto

Por Caio Saad Atualizado em 20 jul 2020, 17h09 - Publicado em 20 jul 2020, 17h08

Temendo o avanço da Covid-19, sindicatos de professores do estado americano da Flórida, considerada o epicentro da doença nos Estados Unidos, entraram com um processo nesta segunda-feira contra o governador Ron DeSantis por conta de um decreto que forçaria a reabertura das escolas em agosto. A ação legal, apresentada pela Federação Americana de Professores, maior sindicato de professores do país, e por sua ramificação estadual, a Associação de Educação da Flórida, cita violações à segurança de alunos e professores.

Nesta segunda-feira, 20, a Flórida se tornou o oitavo estado americano onde ao menos 5 mil pessoas morreram infectadas por Covid, além de, pelo sexto dia consecutivo, anunciar mais de 10.000 novos infectados. Só nesta segunda-feira, 10.347 novos casos foram relatados. 

Desde a reabertura em maio de empresas e atividades recreativas, o estado teve um pico de casos, forçando novas restrições. Enquanto mais da metade dos estados do país tem regras envolvendo uso de máscaras fora de casa, DeSantis afirmou não ter planos sobre o assunto.

Sob escrutínio, o republicano tem sido alvo de manifestações durante seus pronunciamentos. Nesta segunda, enquanto falava à imprensa sobre o combate à pandemia, quatro homens começaram a gritar “Vergonha” e “Você está mentindo para o público!”. Na semana passada, um homem interrompeu o governador, acusando-o de falsificar informações e pedindo sua renúncia.

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As decisões do republicano DeSantis, incluindo a mais recente envolvendo as escolas, têm sido amplamente criticadas por especialistas da área da saúde, à medida que o cenário é longe do ideal para a retomada de atividades cotidianas e que envolvem proximidade entre pessoas. Outros estados, como a Califórnia, decidiram nas últimas semanas que ainda não é hora de voltar às atividades presenciais, focando ao invés disso em aulas em ambientes virtuais.

De acordo com o Departamento de Saúde da Flórida, mais de um terço dos casos no estado envolve pessoas entre 15 e 34 anos, especialmente em grandes cidades.

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Em entrevistas, o governador destacou repetidas vezes que jovens têm menos risco de “consequências médicas graves”. No entanto, a reabertura precoce de escolas pode servir como ponto de transmissão da doença, já que são locais fechados onde há pouca chance de um distanciamento social eficaz. Segundo autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS), embora o coronavírus normalmente adoeça mais adultos do que crianças, as pesquisas sobre o impacto sobre faixas etárias mais infantis “ainda é limitado”. 

“Sabemos que, no geral, elas tendem a ter doenças mais leves, mas em algumas situações podem ser severas e já vimos crianças que morreram”, disse Maria Van Kerkhove, chefe da unidade de doenças emergentes da OMS. Além disso, não se sabe ainda ao certo o efeito do coronavírus no longo prazo sobre a saúde infantil. 

Por conta da pandemia, algumas redes de hospitais da Flórida, incluindo o Memorial Healthcare System, parte do sistema público de saúde da região de South Broward, anunciaram o cancelamento de procedimentos médicos optativos, focando apenas em situações de emergência. Em algumas cidades, a taxa de infecção é de sete para cada 1.000 habitantes. Em uma escola, a taxa pode ter um potencial devastador, segundo os autores do processo. 

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“É como se ele estivesse em uma intensa negação sobre o quanto seu estado está em risco”, disse Randi Weingarten, presidente da Federação Americana de Professores, sobre o governador, segundo o New York Times.

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