Por 117 casos de Covid-19, China isola cidade de 11 milhões de habitantes
Destes, 78 eram assintomáticos, o que levou à realização de testes em massa em toda área afetada, além do fechamento de escolas e estradas
A China decidiu restringir nesta quarta-feira, 6, a mobilidade em Shijiazhuang, capital da província de Hebei, onde vivem 11 milhões de pessoas, em uma tentativa de erradicar um foco de Covid-19. Todas as escolas da cidade, localizada a cerca de 300 quilômetros de Pequim, foram fechadas, assim como um terminal e ônibus e dez das principais rodovias que levam à região.
Até agora, 117 casos foram registrados na cidade, incluindo 63 anunciados hoje. Destes, 78 eram assintomáticos, o que levou à realização de testes em massa em toda área afetada. A televisão estatal mostrou moradores sendo examinados por funcionários em trajes de proteção, assim como controles policiais nas estradas.
A localidade de Xiaoguozhuang, dentro dos limites da cidade, foi classificada como distrito de “alto risco” e fechada. As autoridades sanitárias disseram que 40.000 habitantes desse distrito foram submetidos a testes de detecção do vírus. Mais de 400.000 residentes de outra cidade próxima, Nangong, também foram testados.
Também nesta quarta-feira, autoridades sanitárias da província de Guangdong, no sul do país, relataram um caso relacionado à variante do vírus encontrada pela primeira vez na África do Sul. A nova cepa foi detectada em um piloto sul-africano que entrou na província em dezembro e testou positivo para coronavírus, segundo o centro provincial de Guangdong para controle e prevenção de doenças.
Há poucos dias, a China confirmou seu primeiro caso de outra cepa do vírus, detectada no Reino Unido. Os casos geraram grande preocupação, à medida que as variantes são mais infecciosas.
Embora o coronavírus tenha sido registrado primeiro na China, o país teve menos de 5.000 mortes pela doença desde o início da pandemia, e conseguiu controlar o vírus em grande parte com confinamentos rígidos e restrições de viagens. Nas últimas semanas, porém, surtos locais foram detectados, o que levou a testes massivos e a fechamentos seletivos.
Apesar de Pequim defender como sucesso a estratégia interna do país ao ter ordenado a quarentena absoluta na cidade e de ter construído dois hospitais de campanha em menos de duas semanas, um relatório interno e confidencial do governo chinês, vazado à emissora americana CNN, mostrou diversas falhas no gerenciamento da crise que podem ter piorado a situação.