Bombeiros e policiais militares do Rio de Janeiro suspenderam nesta segunda-feira à noite uma fragilizada greve convocada a poucos dias do Carnaval, informou a imprensa local, citando líderes do movimento reunidos em uma assembleia.
Os manifestantes afirmaram que sua luta nos próximos dias estará centrada em conseguir a liberdade de 30 presos da greve, convocada na madrugada de sexta-feira.
“A luta neste momento não é mais pela dignidade salarial, a luta é simplesmente pela dignidade humana”, afirmou Ana Paula Matias, porta-voz dos policiais militares, citada pelo site G1 da Globo.
No total, há 12 bombeiros e 17 policiais presos, a maioria deles reclusos em uma prisão de segurança máxima.
Um deles, o bombeiro Benevenuto Daciolo, que cumpria no domingo cinco dias de greve de fome, apareceu em gravações de conversas telefônicas divulgadas pela televisão, impulsionando a ampliação da greve para outros estados para ameaçar o Carnaval.
A paralisação foi convocada pelos bombeiros e pelas polícias militar e civil, mas esta última abandonou a greve no sábado por considerar que se tratava de um “movimento reivindicatório sem adesão”.
“Em respeito à população do Rio de Janeiro, ao turismo, ao Carnaval carioca, conhecido mundialmente, e a nossos heróis presos, decidimos retornar ao trabalho nesta terça-feira”, afirmou Fernando Bandeira, do sindicato dos civis, que participou da reunião de segunda-feira no centro da cidade.
Segundo os organizadores do protesto, na próxima semana, depois do Carnaval, será realizada uma nova assembleia de trabalhadores para decidir se uma nova paralisação será convocada.
Após a decisão, o governador do estado do Rio de Janeiro (sudeste), Sérgio Cabral, reiterou que a baixa adesão à paralisação respondeu a uma “política de recuperação salarial muito ousada” das polícias liderada por sua administração.