A polícia da Turquia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar cerca de 2.000 manifestantes reunidos em frente ao maior jornal do país, depois de as autoridades tomarem o controle do veículo. Na sexta-feira, um tribunal nomeou um administrador para comandar o jornal Zaman e o Today’s Zaman, versão do diário em língua inglesa.
Os jornais são ligados a Fetullah Gülen, clérigo islâmico que reside nos Estados Unidos, acusado pelo governo turco de armar um golpe. A decisão foi tomada a partir de um pedido de um promotor que investiga o movimento religioso de Gülen relacionado a ataques terroristas, disse a mídia estatal. A polícia invadiu o Zaman à meia-noite, disparando gás lacrimogêneo e canhões de água, quebrando à força um portão para entrar nos escritórios, mostraram imagens transmitidas ao vivo.
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O jornal, crítico ao presidente islamita-conservador Recep Tayyip Erdogan, foi colocado sob tutela em um novo caso da onda de repressão na Turquia contra os meios de comunicação que preocupa tanto a União Europeia quanto os Estados Unidos. O Zaman denunciou em sua edição deste sábado um “dia de vergonha” para a liberdade de imprensa na Turquia. “A Constituição está suspensa”, afirmava na primeira página em grandes letras brancas sobre um fundo preto.
(Da redação)