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Polícia reprime e prende 38 manifestantes na Nicarágua

Autoridades afirmam que não permitirão marchas sem autorização; organizações internacionais exigem respeito a direitos humanos e liberdade de manifestação

Por Da Redação
Atualizado em 15 out 2018, 16h06 - Publicado em 15 out 2018, 15h15

Ao menos 38 pessoas foram presas no domingo (14) na Nicarágua no momento em que se reuniam para uma manifestação contra o governo de Daniel Ortega. Entre os detidos estão vários dirigentes de grupos da sociedade civil e do dissidente Movimento de Renovação Sandinista (MRS), denunciaram os organizadores da marcha “Unidos pela liberdade”.

O episódio foi repudiado por organizações internacionais, que exigiram que Ortega respeite os direitos dos cidadãos e a liberdade de manifestação. A Nicarágua enfrenta uma crise sociopolítica desde abril, quando o governo passou a reprimir com dureza as manifestações contrárias à reforma previdenciária.  Centenas de pessoas foram mortas.

Os incidentes começaram antes mesmo das manifestações, nas primeiras horas da manhã de domingo, quando um grupo de pessoas esperava no estacionamento de um shopping-center para se juntar a um protesto convocado pela coalizão opositora União Nacional Azul e Branco (Unab) em Camino de Oriente, na capital Manágua.

Dezenas de agentes do governo e policiais chegaram ao local e entraram em confronto com esse grupo de opositores. “Não atirem”, “Liberdade”, gritavam os manifestantes aos agentes que, com violência.

Homens e mulheres, além de  idosos e adolescentes, foram espancados e arrastados pela rua para depois serem colocados em carros da polícia. Alguns jornalistas também foram presos, mas logo depois liberados.

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Entre os detidos está a diretora na Nicarágua da organização não-governamental Teto Internacional, Ana Lucía Álvarez, segundo denunciou a organização em comunicado.

“Não respeitam ninguém, nem idosos nem crianças. Isso demonstra que há uma escala superior de repressão”, declarou Azhalea Solís, dirigente da Aliança Cívica de grupos sociais, empresários e estudantes.

Segundo a polícia, dos 38 manifestantes presos, oito já foram liberados. Os outros 30 ainda estão sendo investigados “para determinar os níveis de responsabilidade penal”. Os resultados da apuração serão encaminhados à Procuradoria para serem processados.

Em comunicado, as autoridades afirmaram ainda que os detidos são “pessoas envolvidas em atividades instigantes e provocativas que violam os direitos das famílias nicaraguenses de se mobilizar e movimentar-se livremente”.

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No sábado, a polícia anunciou que não iria permitir marchas sem a devida autorização oficial e que tomaria as medidas necessárias para impedi-las.

Policias bloqueiam manifestante durante marcha “Unidos pela liberdade” em Manágua, Nicarágua – 14/10/2018 (Oswaldo Rivas/Reuters)

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, exigiu que Ortega liberte os manifestantes presos, respeite o seu direito de protesto pacífico e ponha fim à “repressão”.

O secretário-executivo da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o brasileiro Paulo Abrão, lamentou os incidentes e considerou “inaceitáveis” as “atitudes repressivas e autoritárias” do presidente nicaraguense.

Os protestos contra o governo começaram em 18 de abril devido a um projeto de lei para reforma do sistema de Previdência, que logo foi abandonado. A reação violenta das forças de segurança levou as manifestações a crescerem no país, com a reivindicação da saída de Ortega e de sua mulher e vice-presidente, Rosario Murillo. A violência do governo causou 320 mortos,

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(Com AFP e EFE)

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