Polícia prende três pela morte de jovens em Birmingham
Mortes causaram revolta da comunidade britânico-asiática da cidade
A polícia britânica prendeu nesta quinta-feira três pessoas suspeitas de envolvimento na morte de três jovens de origem asiática em Birmingham, que foram atropelados enquanto tentavam defender suas propriedades de saques na madrugada de quarta-feira. Um homem de 32 anos já havia sido detido, acusado de participação nas mortes, mas foi libertado após pagar fiança. Os novos acusados são três jovens de 16, 17 e 26 anos.
Entenda o caso
- • No dia 4 de agosto, um homem negro de 29 anos morreu após ser baleado por policiais em Londres. A polícia diz que estava tentando prender Mark Duggan quando ele reagiu, mas há versões que desmentem que a vítima estivesse armada
- • Dois dias depois, 120 pessoas se reuniram em uma marcha para protestar contra a morte de Duggan e pedir justiça. Porém, duas horas depois, gangues começaram a atacar policiais e depredar prédios, carros e bancos da cidade
- • Desde então, a onda de vandalismo se espalhou por diversos bairros de Londres e chegou até a outras cidades britânicas, com convocações feitas por meio de redes sociais na internet e mensagens de celular
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As vítimas – Haroon Jahan, de 21 anos, e os irmãos Shahzad Ali e Abdul Musavir, de 30 e 31 anos – foram mortas na região de Winson Green, um bairro de Birmingham com forte presença muçulmana. As mortes causaram revolta na comunidade local, mas não foram registrados novos incidentes depois que Tariq Jahan, o pai da vítima mais nova, pediu calma a todos. “Não é uma questão étnica. Perdi meu filho. Negros, asiáticos e brancos, todos vivemos na mesma comunidade”, disse Jahan.
Vândalos – Também nesta quinta-feira ficou claro que boa parte das pessoas que saquearam lojas da Grã-Bretanha nos últimos cinco dias não são apenas jovens vândalos desempregados. Apesar de a maioria ser menor de idade, como afirmou a Scotland Yard, há carteiros, estudantes universitários e até a filha de um milionário.
O jornal Daily Telegraph publicou nesta quinta-feira o caso de Laura Johnson, de 19 anos, que é filha do diretor de uma companhia britânica e é acusada de ter roubado cinco mil libras (oito mil dólares) em equipamentos eletrônicos. A menina mora em uma casa luxuosa no subúrbio de Londres com quadra de tênis e estuda na Universidade de Exeter.
Além dela, há a voluntária de uma organização de caridade Barry Naine, de 42 anos, acusada de roubo, bem como o carteiro Jeffrey Ebanks, de 32 anos, e o seu sobrinho de 18 anos Jamal Ebanks, um estudante, que teriam sido pegos carregando equipamentos eletrônicos roubados em uma loja do bairro de Croydon.
(Com agência EFE)