Kano (Nigéria), 24 jan (EFE).- A Polícia da Nigéria cifrou em 185 o número de pessoas mortas nos atentados da última sexta-feira na cidade de Kano, apesar de a imprensa local, que cita fontes de hospitais, elevar o número para 250.
Nos ataques, cuja autoria foi atribuída ao grupo terrorista radical islâmico Boko Haram, morreram 150 civis e 35 funcionários públicos, indicou o comissário de polícia do estado de Kano, Ibrahim Idris, em comunicado divulgado na segunda-feira à noite e publicado nesta terça pela imprensa nigeriana.
Entre os funcionários mortos há 29 policiais, três agentes do Serviço de Segurança Estatal (agência de inteligência), dois do Serviço de Imigração e um do de Alfândegas, segundo Idris.
As forças de segurança apreenderam dez veículos com diferentes tipos de explosivos em várias partes do estado de Kano, do qual a cidade homônima é capital, a segunda mais povoada da Nigéria, com mais de dez milhões de pessoas.
Além disso, a polícia apreendeu 300 artefatos explosivos, acrescenta o comunicado, que não menciona nenhuma detenção relacionada aos ataques, embora o jornal ‘Nation’, que cita fontes do governo do estado de Kano, aponte que 185 pessoas foram presas.
A maioria dos atentados, cometidos com explosivos e armas leves, ocorreu no bairro de Bombai, onde ficam as sedes da polícia, várias delegacias e a residência oficial do subcomissário de polícia, todas elas atacadas. Os terroristas também tiveram como alvo os escritórios do Serviço de Segurança Estatal e o de Imigração.
Os fundamentalistas do Boko Haram reivindicaram a autoria do massacre em uma ligação telefônica efetuada na sexta-feira ao ‘Daily Trust’.
Neste domingo, o presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, visitou Kano e prometeu que seu governo ‘não descansará até que os responsáveis prestem contas’.
Jonathan suspendeu sua viagem ao Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), realizado nesta semana, por conta dos atentados e para evitar ser acusado de insensibilidade, informou nesta terça-feira o jornal ‘The Punch’, que cita fontes da presidência.
O Boko Haram, cujo nome significa ‘a educação não islâmica é pecado’, luta por instaurar a lei islâmica (‘sharia’) no norte da Nigéria, de maioria muçulmana, enquanto o sul do país é predominantemente cristão.
O grupo radical também foi responsável pelo atentado de 25 de dezembro em uma igreja de Madalla (centro do país), que tirou a vida de 44 pessoas, assim como do ataque contra a sede da ONU em Abuja em agosto, que deixou 25 mortos. EFE