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Polícia insinua ultimato a manifestantes em universidade de Hong Kong

'Além de sair para se render, não vejo, no momento, outra opção viável para eles', disse o comandante da polícia local, Cheuk Hau-yip

Por Da Redação
18 nov 2019, 20h02

Centenas de manifestantes — incluindo alunos do ensino médio — continuam presos na Universidade Politécnica de Hong Kong por mais de 24 horas devido a um cerco policial. Nesta segunda-feira, 18, as autoridades insistiram que a rendição dos cercados é a única “opção viável”.

“Além de saírem para se render, eu não vejo, no momento, uma opção viável para eles [os manifestantes]”, disse Cheuk Hau-yip, comandante regional da polícia de Hong Kong no distrito de Kowloon West, onde fica a Universidade Politécnica. 

As autoridades têm usado balas de borracha, canhões de água e bombas de gás lacrimogênio para manter o cerco, ferindo cerca de 100 manifestantes, dentre os quais, “alguns” foram presos, como relata a emissora britânica BBC.

Em meio ao cerco, entretanto, dezenas conseguiram escapar também nesta segunda-feira. Eles desceram de uma passarela por uma corda e depois foram resgatados por motociclistas. Como afirma o jornal britânico The Guardian, “é incerto se eles conseguiram escapar com segurança”. Em meio às tentativas de fuga do campus ou de quebra do cerco, dezenas de pessoas foram presas.

Além, cerca de 40 manifestantes feridos foram autorizados a sair do campus para serem hospitalizados. O South China Morning Post, veículo independente de Hong Kong, ressalva que eles ainda podem ser processados pelo governo. Segundo as autoridades, mais de 115 pessoas foram feridas nos confrontos desta segunda-feira.

Na terceira semana de novembro, manifestantes invadiram o campus e incendiaram a entrada para impedir a intervenção das autoridades, como parte da nova fase dos protestos, marcada pela adoção da estratégia batizada de “Blossom Everywhere” (Florescer por todos os lugares), que consiste em multiplicar bloqueios e atos de vandalismo.

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Violência no final de semana

O cerco policial na Universidade Politécnica foi formado no domingo 17, depois que um policial foi ferido no mesmo dia por uma flecha. A polícia, então, decretou a região como “zona de distúrbios” e ameaçou destruir as barricadas levantadas pelos manifestantes no campus.

As autoridades ainda alertaram que utilizariam “balas reais” para conter os protestos. Desde o dia 1º de outubro, três pessoas foram alvejadas pelas autoridades durante os protestos — nenhuma vítima letal.

“Peço aos agitadores que não usem bombas incendiárias, flechas, carros ou quaisquer outras armas mortais para atacar as autoridades. Se continuarem com estes atos perigosos, não teremos outra opção que usar a mínima força necessária, incluindo munição letal”, disse o porta-voz da polícia, Louis Lau.

Então, o governo de Hong Kong disse nesta segunda-feira que a onda de violência no final de semana “diminuiu as chances” da realização das eleições para os conselhos distritais, previstas para o domingo, 24.

Embora os conselheiros distritais “possuam nenhum poder de decisão sobre as políticas do governo de Hong Kong“, como lembra o Washington Post, as eleições se tornaram centro de polêmica após o ativista pró-manifestações Joshua Wong ser impedido de concorrer no final de outubro.

Sem braços cruzado

No sábado, 16, pela primeira vez desde o início das manifestações em junho, soldados do Exército Popular de Libertação da China, ou EPL, saíram dos quartéis para ajudar a retirar barricadas das ruas.

“Restaurar a ordem em Hong Kong é a tarefa mais urgente”, declarou nesta segunda-feira um porta-voz do ministério da Defesa chinês, referindo-se à primeira mobilização de soldados chineses nas ruas da ex-colônia britânica.

O EPL, que tem milhares de soldados em Hong Kong desde 1997, quando a China recuperou o controle do território, está decidido a “salvaguardar os interesses da soberania chinesa”, declarou o porta-voz Wu Qian.

De acordo com o artigo 14 da Constituição de Hong Kong, o exército chinês pode intervir por ordem do Executivo para “manter a ordem pública” ou em caso de “catástrofe humanitária”.

(Com AFP)

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