A polícia francesa inicia nesta quinta-feira o interrogatório do ministro do trabalho Eric Worth. Ele – assim como Liliane Bettencourt, herdeira da empresa L’Oréal – seria um dos maiores financiadores da campanha presidencial de Nicolas Sarkozy e é suspeito de envio ilegal de dinheiro ao partido UMP. O advogado de Woerth, Jean-Yves Le Borgne, negou-se a fazer comentários a respeito do caso, anunciando apenas que será concedida uma entrevista coletiva no fim da tarde.
Uma das hipóteses levantadas pelo Judiciário é de que o ministro tenha recebido doações em dinheiro acima do limite legal de 7.500 libras por ano, como afirma o jornal britânico Telegraph. De acordo com Pascal Bonnefoy, ex-mordomo de Liliane, ela teria enviado 150.000 libras ao ministro só em 2007, pouco antes das eleições presidenciais.
Escândalo – Na última quarta-feira, a polícia já havia revistado a residência de Françoise Bettencourt Meyers, filha de Liliane. Os investigadores buscam provas e evidências que determinem as circunstâncias nas quais Bonnefoy decidiu gravar as conversas da empresária com seus assessores entre maio de 2009 e maio de 2010, já que elas foram feitas em meio a um conflito entre mãe e filha.
Francoise, de 57 anos, acredita que Liliane, de 87, esteja sendo manipulada e abrindo mão de sua fortuna em benefício do fotógrafo François-Marie Banier, de 63 anos. Ela teria feito doações a ele de mais de um milhão de euros, obras de artes e uma ilhota no Oceano Índico.
Crise política – O conteúdo das gravações clandestinas foi revelado há um mês e meio pelo site Mediapart e pela revista Le Point, desencadeando um escândalo de consequências políticas, que envolve o atual ministro do Trabalho. Worth acabou se tornando suspeito de conflito de interesses, financiamento ilegal de um partido político e fraude fiscal da mulher mais rica da França. Sua esposa, Florence, que desde 2007 trabalhava na empresa que administrava parte da fortuna de Liliane Bettencourt, foi interrogada na semana passada.
(Com agência France-Presse)