Polícia espanhola prende três padres por suspeita de abuso sexual
Papa Francisco ligou para vítima que fez a denúncia para pedir desculpas
A polícia espanhola prendeu em Granada três padres e um leigo nesta segunda-feira por suspeita de envolvimento em um esquema de abuso sexual de crianças. O caso fez o papa Francisco telefonar a uma vítima para pedir desculpas em nome da Igreja.
Os presos são os padres Román V., de 61 anos, dirigente de um clã de padres ultraconservadores conhecido como “Os Romanones”, Manuel Morales e Francisco Javier Montes. As informações foram divulgadas pelo ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz.
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O Vaticano soube do caso em agosto: um homem de 24 anos afirmou ter sido vítima de abusos quando era coroinha e escreveu diretamente ao papa para relatar o que tinha ocorrido. Com a carta em mãos, Francisco ligou para o homem, que hoje é professor universitário, para pedir desculpas.
Segundo o El País, o jovem se sentiu encorajado pelo contato e em outubro decidiu apresentar uma denúncia na Justiça contra os suspeitos. No total, doze pessoas, entre padres e leigos, estão sendo investigadas por suspeita de participação na rede de abusos. A polícia também resolveu investigar a procedência de dezenove imóveis que pertencem aos membros do “Ramanones”. A polícia desconfia que eles atraiam jovens coroinhas para os locais e promoviam orgias, segundo descreveu a imprensa espanhola.
Os padres já estavam afastados das suas funções quando foram presos. No domingo, antes das prisões e dias após a revelação do caso pela imprensa espanhola, o arcebispo de Granada, Francisco Javier Martinez, e seis padres se prostraram diante do altar na catedral de Granada para pedir perdão pelos abusos sexuais na Igreja.
“Vamos chorar por alguns minutos em silêncio para Deus para pedir o seu perdão por todos os crimes da Igreja, por todos os escândalos que aconteceram e por aqueles que podem ter acontecido no meio de nós e em qualquer parte do mundo”, disse Martinez.
(Com agências EFE, Reuters e Estadão Conteúdo)