Polícia de Bangladesh distribui armas para combater jihadistas: paus e apitos
"Meu número de agentes é muito limitado", argumentou o superintendente da polícia Ehsan Ullah, mentor da ideia
A polícia está armando com paus de bambu e apitos os moradores de vários distritos do sudoeste de Bangladesh para que possam responder aos ataques islamitas. “Os assassinatos seletivos são muito perigosos e a história demonstra que são muito difíceis de deter. Esta iniciativa está destinada a unir a população e salvar vidas”, explicou o superintendente da polícia do distrito ocidental de Magura e cérebro atrás da ideia, Ehsan Ullah. “Meu número de agentes é muito limitado”, reconheceu.
Um grupo formado por todos os tipos de pessoas, desde mulás (clérigos islâmicos) a líderes políticos locais, receberão os bambus e apitos nas aldeias dos dez distritos da província de Khulna, incluído Magura, onde já começou a iniciativa. Ullah indicou que a ideia é que “com os apitos das pessoas poderão fazer barulho se virem algo”.
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O policial afirmou que “com esta iniciativa não se procura perseguir nenhum indivíduo, coletivo ou partido político, mas aumentar a defesa própria da população”. Os atentados islamitas contra civis começaram em 2013 e se intensificaram em 2015, deixando até o momento mais de 40 mortos.
No último dia 7 um idoso sacerdote hindu foi assassinado a machadadas no distrito de Jhenaidah, na província de Khulna. Entre a vítimas figuram fiéis cristãos, hindus e budistas, estrangeiros, ativistas gays, blogueiros laicos e muçulmanos que não seguem a interpretação sunita radical do Islã. Algumas das ações foram reivindicadas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e outras pelo braço da Al Qaeda que atua na Ásia. A polícia lançou uma mega-operação em todo o país e prendeu milhares de pessoas, incluindo 166 extremistas islâmicos acusados de envolvimento com terrorismo.
(Da redação)