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Polícia agride estudantes que protestavam contra governo, inspirados no Egito

Violência coincide com anúncio de que 99% dos eleitores desejam separação do sul do país

Por Da Redação
30 jan 2011, 17h15

A polícia sudanesa agrediu e deteve estudantes, neste domingo, durante protestos em Cartum e seus arredores, inspirados pelas mobilizações que já duram seis dias no Egito. O movimento era contra o presidente do Sudão Omar al-Bashir, que chegou ao poder, em 1989, por meio de um golpe de estado. A manifestação coincidiu com o anúncio de resultados preliminares do referendo que decide sobre a divisão do país. De acordo com a Comissão do Referendo do Sul do Sudão, mais de 99% dos eleitores optaram pela separação da região sul, em um pleito realizado no início do mês.

Centenas de policiais reprimiram os grupos de jovens sudaneses que protestavam no centro de Cartum e em cidades próximas. Eles cercaram as entradas de quatro universidades, atirando gás lacrimogêneo e batendo em estudantes com cassetetes em três delas.

Apenas na Universidade Islâmica de Omdurman, cerca de mil pessoas marcharam e gritaram slogans contra Bashir. “Ocampo, o que você disse está certo”, diziam eles em referência ao promotor do Tribunal Penal Internacional, Luis Moreno-Ocampo, que acusou o presidente sudanês de genocídio e crimes de guerra em Darfur, região oeste do país.

Os grupos de manifestantes surgiram em redes de relacionamento na Internet, se auto denominando “Juventude pela mudança” e “A faísca”. Eles foram criados a partir das manifestações na Tunísia e no Egito, também parcialmente organizadas pela web e que se espalharam por vários países do mundo árabe. “As pessoas do Sudão não seguirão em silêncio mais”, lia-se na página da “Juventude” no Facebook, que já atraiu 15.000 pessoas. “É hora de exigir nossos direitos e tomar o que é nosso em uma demonstração pacífica que não envolverá qualquer ato de sabotagem”.

O grupo pró-democracia Girifna (“Estamos cansados”) disse que nove de seus membros foram detidos na noite anterior ao protesto e representantes de partidos da oposição listaram quase 40 nomes de manifestantes presos neste domingo. Cinco pessoas ficaram feridas.

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O referendo – A comissão para o referendo no sul do Sudão disse, neste domingo, que mais de 99% dos eleitores optaram pela separação do norte do país, em um pleito realizado no início do mês. Mas, informou que os números ainda não são os finais. Os resultados definitivos devem ser anunciados no dia 2 de fevereiro, se não houver apelações judiciais. Caso haja, o dia do anúncio será 14 de fevereiro.

Milhares de pessoas comemoraram o anúncio em Juba, a capital do Sudão do Sul. A votação durou uma semana, no início de janeiro, e foi elogiada por ter sido pacífica e por ter ficado dentro dos padrões internacionais. O referendo era a condição para o acordo de paz de 2005, que encerrou a guerra civil norte-sul, que já durava duas décadas e matou 2 milhões de pessoas.

Se o resultado se confirmar, o Sudão do Sul pode se tornar o mais novo país do mundo em julho. Alguns pontos, como a demarcação de fronteira, os direitos sobre petróleo e o status da região disputada de Abyei ainda precisam ser negociados.

(Com agência Reuters)

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