Brasília, 14 fev (EFE).- A Comissão de Ética Pública da Presidência da República investigará denúncias de suposta corrupção contra o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, confirmaram nesta terça-feira fontes oficiais.
O presidente da comissão, José Paulo Sepúlveda Pertence, disse que a investigação será focada em informações publicadas pela imprensa, que puseram em xeque as atividades de Pimentel como consultor de empresas entre 2009 e 2010.
Pimentel foi prefeito de Belo Horizonte entre 2002 e 2009 e quando deixou o cargo trabalhou para empresas privadas que depois obtiveram grandes contratos com o município.
O ministro admitiu que prestou os serviços em 2010, quando também trabalhou na campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff e antes dessas empresas serem favorecidas com contratos para a execução de obras públicas.
Em dezembro, quando explicou o caso, afirmou que ‘não houve nada ilegal’ em seu trabalho, que justificou como uma forma de ‘ganhar a vida’ em um período em que não ocupava nenhum cargo público.
A investigação foi solicitada pelo PSDB, que sustenta que pode se tratar de um caso de tráfico de influência, visto que Pimentel trabalhou para essas empresas após deixar seu cargo de prefeito e enquanto coordenava a campanha de Dilma.
Na opinião de Sepúlveda Pertence, o pedido do PSDB ‘procede’ e Pimentel deverá explicar que tipo de consultorias prestou, além de esclarecer alguns assuntos relacionados a um ‘aumento de patrimônio’ registrado depois que deixou o cargo de prefeito.
O jornal ‘O Globo’, que foi o primeiro a denunciar as supostas irregularidades nas atividades de Pimentel, obteve documentos segundo os quais o ministro recebeu por essas consultorias cerca de R$ 2 milhões em menos de um ano. EFE