Pentágono investiga Hollywood por filme sobre Bin Laden
Vazamento de informações da operação que matou terrorista será apurado
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos abriu uma investigação para averiguar o vazamento de informações confidenciais para Hollywood, envolvendo a produção de um filme sobre a morte de Osama bin Laden, em 22 de maio do ano passado. A apuração foi revelada nesta quinta-feira pelo presidente da Comissão de Segurança Interna da Câmara de Deputados americana, o republicano Peter King.
Quem está por trás do projeto é a cineasta Kathryn Bigelow, diretora de Guerra ao Terror, vencedor do Oscar de melhor filme e melhor direção em 2010. O filme de Bigelow vai explorar a captura e a morte do inimigo público número um dos Estados Unidos durante a operação das forças especiais americanas que descobriram o esconderijo do líder da Al Qaeda em Abbottabad, no Paquistão, quase dez anos depois dos ataques do 11 de Setembro em Nova York. O deputado Peter King disse temer que a cineasta e seu colaborador, Mark Bhoal – que se reuniram com altos funcionários do Pentágono – tenham tido acesso a dados da operação considerados secretos. Ele afirmou que pediu, em agosto de 2011, que o Departamento de Defesa e a CIA começassem uma investigação.
Em uma nota oficial divulgada nesta quinta, King afirma que a inspeção geral do Departamento de Defesa decidiu em 10 de dezembro começar uma investigação. “Este projeto abordará os registros de funcionários da Defesa ligados à comunicação de informação aos cineastas”, informou o Pentágono em uma carta dirigida ao deputado. De acordo com o republicano, a CIA comunicou a ele, em uma carta com data de 8 de novembro, que se preparava para por em prática “uma política destinada a supervisionar suas relações com a indústria cinematográfica”.
O filme sobre o assassinato de Osama bin Laden tem estreia prevista para outubro, pouco antes da eleição presidencial do dia 6 de novembro, quando o presidente Barack Obama tentará a reeleição. A morte do chefe da al Qaeda é um dos maiores êxitos da política externa de seu mandato. Questionado sobre as acusações de King, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, as qualificou de “ridículas”. Para filmar Guerra ao Terror, que mostra o cotidiano de um esquadrão de desarmamento de bombas em Bagdá e as consequências psicológicas para os soldados americanos enviados ao campo de batalha, Kathryn Bigelow já tinha contado com a ajuda do Pentágono.
(Com agência France-Presse)