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Peña Nieto leva o PRI de volta ao poder no México após 12 anos

Por Yuri Cortez
2 jul 2012, 13h08

O candidato à presidência do México do opositor PRI, Enrique Peña Nieto, é o virtual vencedor das eleições de domingo, levando seu partido de volta ao poder após 12 anos na oposição, com o desafio de enfrentar a violência do narcotráfico e altos índices de pobreza.

“O desafio mais importante é reconstituir as condições de paz social nas zonas mais afetadas pela violência no México”, afirmou Javier Oliva, pesquisador especializado em questões de seguranla na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).

O país vive uma onda de violência que deixou mais de 50.000 mortos desde que o governo do presidente Felipe Calderón iniciou, em dezembro de 2006, uma ofensiva contra os cartéis das drogas.

O outro grande problema a ser enfrentado é pobreza. Para Nicolás Lazo, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), Peña Nieto “deve aprofundar” as políticas para erradicar este mal que afeta metade dos 112 milhões de mexicanos.

O candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI) proclamou sua vitória e de seu partido, que governou o país durante 71 anos, depois que o Instituto Federal Eleitoral (IFE) anunciou que ele recebeu entre “37,93% e 38,55%” dos votos, de acordo com uma apuração preliminar de uma mostra de 7.500 das 143.000 urnas do país.

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O IFE informou que o esquerdista Andrés Manuel López Obrador recebeu entre 30,9% e 31,86% dos votos, enquanto a candidata do atual governo, Josefina Vázquez, do Partido Ação Nacional (PAN), ficou com 25,1% a 26,03%.

López Obrador anunciou, no entanto, que aguardará o resultado definitivo para fazer um pronunciamento.

“Ainda não está dita a última palavra. Temos informações que indicam outra coisa”, afirmou.

“Assumo o mandato que os mexicanos me concederam”, disse Peña Nieto ao proclamar a vitória.

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Também afirmou que não fará pacto ou trégua com o crime organizado, mas que mudará de estratégia, em discurso interrompido por gritos de “presidente” na sede do partido.

Peña Nieto também se comprometeu a buscar “uma economia que gere empregos e distribua melhor a riqueza para combatir a pobreza e desigualdade”.

Quase 80 milhões mexicanos estavam registrados para votar em uma eleição em turno único para escolher o sucessor de Felipe Calderón e renovar as duas Câmaras do Congresso.

“Quiero felicitá-lo sinceramente. Meu governo tem a absoluta disposição de colaborar com sua equipe, para garantir que a mudança de administração aconteça de maneira ordenada, transparente e eficaz”, disse Calderón.

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A candidata do PAN, Josefina Vázquez, admitiu a derrota.

Na capital, a esquerda, que governa a cidade desde 1997, conservará a prefeitura com Miguel Ángel Mancera, que recebeu quase 60% dos votos.

Peña Neto, acompanhado por centenas de seguidores, votou em sua cidade natal de Atlacumulco, no subúrbio da capital mexicana.

Impulsionado pela máquina do PRI e favorecido por seu jeito de galã de telenovela, Peña Nieto, advogado de 45 anos, prometeu um “governo eficaz” que proporcione segurança e crescimento econômico, em um país assolado pela violência e pela pobreza, que aflige 47% dos 112 milhões de mexicanos.

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Seu principal adversário, López Obrador, ex-prefeito da Cidade do México de 58 anos, que votou no sul da Cidade do México, pediu uma participação massiva: “É a única arma que os cidadãos têm para conseguir a mudança”.

Criticado pela violência desencadeada pela ofensiva contra as drogas de Calderón, o PAN sofreu uma grande derrota, com uma candidata que não conseguiu se livrar da imagem de “continuidade”, mesmo prometendo ser “diferente”.

Helicópteros e policiais vigiaram os centros de votação e instituições estratégicas da populosa Cidade do México, e os militares patrulharam as regiões mais violentas, como Tamaulipas, Veracruz, Nuevo León e Guerrero, onde atuam poderosos cartéis, como Los Zetas e o de Sinaloa, que disputam o controle das rotas das drogas.

“A segurança é o mais importante, foi o que determinou o meu voto”, disse à AFP Gabriel González, um professor de 49 anos, em Monterrey -capital de Nuevo León, próximo de um quartel da polícia, fechado depois de ter sido atacado a tiros e com uma granada no início do ano.

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Apesar do esquema montado, duas pessoas foram assassinadas neste domingo em um ataque a um posto de combustíveis perto de um centro eleitoral no estado de Veracruz, embora o governo da região tenha negado qualquer relação do fato com as eleições.

“Um grupo de indivíduos atacou um posto de combustíveis em San Vicente”, em Veracruz, e “assassinou duas pessoas”, disse à imprensa Antonio Ignacio Manjarrez, membro do Instituto Eleitoral de Veracruz.

Apesar das ameaças que pairam sobre o processo, Leonardo Valdés, presidente do Instituto Federal Eleitoral (IFE) prometeu “a festa democrática mais limpa e imparcial”.

O movimento universitário “#YoSoy132”, que acusa a imprensa, principalmente a gigante Televisa, de promover Peña Nieto, organizou protestos no sábado para exigir eleições limpas.

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