Mogadíscio, 19 jan (EFE).- Pelo menos quatros pessoas morreram nesta quinta-feira e dez ficaram feridas após a explosão de uma bomba em um campo de refugiados em Mogadíscio, pouco depois de uma delegação da Organização das Nações Unidas com jornalistas internacionais ter visitado o local.
Mohammed Moalim Dahir, funcionário na cozinha do campo, situado na antiga embaixada dos Estados Unidos, disse que ‘dois soldados, que eram guardas de segurança, e um refugiado morreram no local, enquanto outro refugiado morreu ao ser levado ao hospital’.
‘Não conhecemos a causa do ataque, mas a bomba explodiu momentos depois de a delegação (da ONU) abandonar acampamento’, acrescentou Dahir.
A enfermeira Sahra Omar, que trabalha no Hospital Medina, declarou à Agência Efe que ingressaram nesse centro dez feridos, ‘seis deles em estado muito grave, com ferimentos grandes no estômago e na cabeça’.
Embora nenhum grupo tenha se responsabilizado pelo atentado, todas as suspeitas recaem sobre a milícia radical islâmica Al Shabab, vinculada à rede terrorista Al Qaeda.
O Governo Federal de Transição da Somália condenou esse ‘ato de terrorismo’ e prometeu investigar o fato, que ocorreu um dia antes de completar seis meses desde que a ONU declarou estado de crise de fome em várias regiões do país.
Al Shabab, que controla amplas regiões do sul e centro da Somália, combate desde 2006 o Governo Federal de Transição e as tropas da Missão da União Africana na Somália (AMISOM) a fim de instaurar um Estado muçulmano de corte wahhabista no país.
A Somália vive em um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre, o que deixou o país sem Governo efetivo e nas mãos de milícias islamitas, senhores da guerra tribais e grupos de delinquentes armados. EFE