Pelo menos 193 pessoas morreram no naufrágio de um ferry aparentemente sobrecarregado, com mais de 800 pessoas a bordo, na costa de Zanzibar, informou neste sábado o ministro de Situações de Emergência, Mohammed Abud.
Neste sábado à noite, depois de suspensos trabalhos de resgate pela chegada da noite, Abud atualizou o registro de vítimas, que foi passado de 190 para 193 mortos.
Este registro, ainda provisório, já faz deste naufrágio um dos mais mortíferos de inúmeros ocorridos no continente africano na última década.
“É uma grande tragédia para os habitantes de Zanzibar e para os tanzanianos em geral”, declarou o presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, que anunciou também luto nacional de três dias a partir de domingo.
O ministro disse que os serviços de resgate tinham conseguido salvar 612 pessoas.
Este registro mostra que o ferry transportava muito mais pessoas do que o estimado inicialmente pelas autoridades de Zanzibar.
O secretário adjunto de Estado para Infraestrutura e Comunicação, Issa Gavu, havia indicado anteriormente que cerca de 600 pessoas viajavam no “MV Spice Islander”, que fazia o trajeto entre a ilha principal de Zanzibar, Unguja, e a de Pemba.
O ferry é utilizado basicamente por moradores de Zanzibar, república semiautônoma da Tanzânia e arquipélago turístico do Oceano Índico.
Um jornalista da AFP não havia identificado neste sábado algum possível turista estrangeiro entre os sobreviventes ou entre os corpos levados ao porto principal da ilha de Unguja.
A maioria dos passageiros do ferry era de moradores do arquipélago de Zanzibar, entre eles, muitos da ilha de Pemba que retornavam de férias e do final do mês de Ramadã.
“Equipes de salvamento da Marinha e da Polícia já estão no local”, acrescentou Gavu.
“Pedimos ajuda de emergência a Dar es Salaam (principal cidade tanzaniana, situada no litoral), principalmente mergulhadores, para que nos ajudassem nas operações de resgate”, precisou Aboud.
Sobreviventes começavam a chegar a Stone Town, capital e principal porto do arquipélago. Um centro de urgência foi instalado no lugar.
O ferry “MV Spicy Islander” havia deixado às 21H00 locais (15H00 de Brasília) a ilha de Unguja, e naufragou quatro horas depois, quando se dirigia a Pemba, 80 quilômetros a nordeste.
O número exato de pessoas a bordo deste tipo de embarcação é, às vezes, difícil de ser estabelecido porque não há um sistema confiável de registro de passageiros.
A embarcação transportava, também, uma carga de arroz e outras mercadorias.
O naufrágio do “MV Spicy Islander” aumenta a lista negra dos incidentes nos quais estão envolvidos barcos de transporte de passageiros e mercadorias do arquipélago tanzaniano.
Em maio de 2009, um ferry virou deixando seis mortos.
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