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Paul Ryan eletriza convenção, mas é chamado de mentiroso

Apesar de ter empolgado a base do Partido Republicano, discurso do vice de Mitt Romney na quarta-feira foi descrito como 'ilusório' por parte da imprensa

Por Da Redação
31 ago 2012, 02h17

O discurso de Paul Ryan durante a Convenção Nacional Republicana em Tampa, na Flórida, ao aceitar sua indicação à vice-presidência, foi um sucesso entre os republicanos: arrancou fortes aplausos do público, recebeu boas críticas dos participantes e conseguiu animar os assessores do candidato à Presidência, Mitt Romney. O ultraconservador de 42 anos roubou a cena mesmo antes de subir no palco: segundo pesquisa do Instituto Pew, o discurso dele era o mais aguardado entre 46% dos entrevistados, deixando para trás até Romney, com 44%. Ao se dirigir ao público, Ryan provou que, de fato, consegue entusiasmar mais do que o próprio titular do partido. Depois de um início hesitante, ele tomou o comando da sala e, cheio de frases de efeito, conquistou a simpatia da audiência ao assumir uma linha de ataque bastante dura ao presidente Barack Obama. Ryan, além de reformar o Medicare, um programa de saúde bancado com dinheiro público desde 1965, tem dito que um eventual governo Romney derrubaria imediatamente a grande reforma da saúde aprovada na gestão democrata e apelidada, na sua fatia mais importante, de Obamacare.

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Por um lado, a presença cativante do jovem Ryan no palco republicano pode elevar as apostas para a escolha de Romney como presidente em novembro. Até então, a campanha do candidato a presidente não tinha conseguido capturar o público e a audiência televisiva. Romney vinha evitando expor sua vida pessoal e encontrou problemas em humanizar o seu discurso – algo que foi marcante na fala de Ryan, especialmente ao citar a morte de seu pai, quando ele tinha apenas 16 anos. Por isso, analistas ouvidos pelo jornal The New York Times sugerem que o discurso de Ryan pode trazer mais benefícios para sua própria carreira política do que para Romney. O jovem congressista de Wisconsin deve ser lembrado de forma positiva por essa primeira incursão num pleito majoritário: ele conseguiu cimentar seu papel como líder de uma geração de republicanos que tomará o lugar da geração anterior, da qual Romney, de 65 anos, faz parte. O destaque de Ryan como candidato a vice chama a atenção por ser raro na história das eleições americanas. Os vices costumam influenciar as campanhas de forma secundária e raramente o fazem de maneira positiva.

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Presidente da Comissão de Orçamento da Câmara, Ryan é um dos líderes mais influentes do Congresso desde 2010, quando a onda conservadora do Tea Party, com o qual ele tem ótima relação, fez os republicanos recuperarem a maioria na Câmara. Suas credenciais o tornaram a pessoa indicada para apresentar aos eleitores a plataforma republicana na área fiscal. Entre as propostas, estão uma auditoria no Fed (Banco Central) e uma emenda constitucional para que sejam necessários dois terços dos votos para aumentar impostos. A principal medida de austeridade, defendida pessoalmente por Ryan, seria a instauração de um sistema de saúde operado por vouchers, com os quais cada pessoa poderia contratar serviços. Durante o discurso, porém, ele não detalhou essa proposta e optou por gastar seu tempo discorrendo sobre o companheiro de chapa e sobre si mesmo – reprimindo sua tendência de esmiuçar políticas públicas.

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Críticas – O sucesso de Ryan entre os republicanos obviamente não agradou os democratas, que o acusaram de ter encoberto detalhes de seus pontos de vista em seu discurso na convenção, particularmente sobre as questões da saúde e da redução do déficit. Para o jornal Washington Post, Ryan foi “eloquente” em sua fala, mas “ilusório” e “vago”. Uma explicação possível para isso seria a insatisfação de eleitores de estados-chave como Flórida, Ohio e Wisconsin com as propostas republicanas sobre novas mudanças no atendimento médico. Ryan teria decidido se afastar dos detalhes para evitar desapontar eleitores em plena reta final de campanha. A emissora Fox News elogiou o discurso de Ryan, dizendo que ele serviu como um estímulo para a união de todas as facções do partido: Tea Party, independentes e republicanos fiéis. Mas a colunista “progressista” da emissora, Sally Kohn, escreveu uma opinião contrária: “Aparentemente, foi uma tentativa de atingir o recorde mundial de mentiras e deturpações em um único discurso político. Se for o caso, nas Olimpíadas de Romney, Ryan ganha o ouro.”

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