Patrulha dos EUA ri da morte de migrantes em grupo secreto no Facebook
Agentes e ex-agentes fazem piada com morte de migrantes, atacam latinas e distribuem memes sexuais sobre a deputada nova-iorquina Alexandria Ocasio-Cortez

A deputada democrata nova-iorquina Alexandria Ocasio-Cortez denunciou a Patrulha de Fronteira do governo federal americano por incitar violência contra imigrantes e contra ela. Na tarde desta segunda-feira, 1o, Ocasio-Cortez reagiu a uma reportagem sobre um grupo secreto no Facebook, com 9.500 membros entre atuais e ex-agentes da Patrulha da Fronteira, uma força do Departamento de Segurança Doméstica.
A existência do grupo foi revelada pela agência ProPublica, um website de jornalismo investigativo. A Patrulha de Fronteira tem cerca de 20 mil membros. No Facebook, agentes contavam piada sobre a morte de migrantes que cruzavam a fronteira pelo México.

Numa conversa, agentes se referem à morte de um jovem guatemalteco de 16 anos, sob custódia num dos campos de detenção de migrantes, do Texas. Um membro postou uma animação do Elmo, personagem da série infantil The Muppets, fazendo pouco da morte do adolescente, e outro comentou, “se ele morrer, morreu.”
Além de Ocasio-Cortez, os agentes atacam outra deputada de origem latina, Veronica Escobar. Ambas estavam para visitar um centro de detenção de crianças migrantes em El Paso, Texas, que estava no centro de denúncias de tratamento desumano. Um agente escreveu uma postagem sugerindo atirar “burritos nas cadelas.” Um outro, suposto supervisor, reagiu, “f#@am as prostitutas.”
Segundo a ProPública, o conteúdo mais perturbador foi dirigido a Ocasio-Cortez, eleita pela primeira vez em novembro passado, hoje a cara mais conhecida na ala à esquerda do Partido Democrata. Uma fotomontagem mostrava a deputada fazendo sexo oral num imigrante. Outra mostrava o presidente Donald Trump empurrando a cabeça de Ocasio-Cortez para sua região genital.
Veronica Escobar denunciou a sordidez e o sexismo das postagens. Ocasio-Cortez, que tem 4.5 milhões de seguidores no Twitter, postou várias vezes depois de visitar um centro de detenção de migrantes e se dizer horrorizada. Afirmou que a patrulha estava mantendo mulheres am celas sem água e sugerindo que bebam água das privadas.

Um membro do grupo duvidou da veracidade da foto que correu mundo na semana passada, do salvadorenho Óscar Alberto Martínez Ramírez, de 25 anos, e sua filha Valéria, de 23 meses, que se afogaram no Rio Grande, no domingo, 23, tentando cruzar a fronteira para o Texas. O membro disse que os corpos boiando estavam limpos demais e poderia ser montagem. A foto é da agência AP, que confirma sua legitimidade.
A ProPublica conseguiu identificar perfis legítimos no Facebook entre os participantes do grupo secreto. entre eles, o de um supervisor da Patrulha lotado em El Paso, Texas, mas não conseguiu contato com eles e ainda não obteve uma reação oficial do comando da força.
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