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Partido de Merkel elege novo líder e possível sucessor da chanceler

Político escolhido pelo CDU é moderado e aposta na continuidade das políticas adotadas por Angela Merkel desde 2005

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 jan 2021, 15h51

A União Democrata-Cristã da Alemanha (CDU), o partido que controla o governo da Alemanha, anunciou neste sábado, 16, o nome do novo presidente da legenda e possível sucessor de Angela Merkel como chanceler. O escolhido foi Armin Laschet, um ex-jornalista moderado que promete manter a política centrista da atual administração.

Com uma maioria de 521 votos a favor sobre um total de 1.001, Laschet, de 59 anos, recebeu mais apoios que Friedrich Merz (466 votos), rival histórico da chanceler e favorável a um giro à direita no partido, segundo os resultados desta votação interna. “Quero que nos unamos de novo, que a CDU chege à chancelaria em setembro”, disse Laschet após sua vitória.

Essas eleições no CDU são decisivas para o futuro da Alemanha, já que o vencedor – neste caso, Laschet – ocupa uma boa posição para ser o candidato a chanceler do partido nas eleições legislativas de 26 de setembro e ser o sucessor de Merkel, que está no poder desde 2005. Mas a presidência do partido não lhe garante automaticamente esse privilégio, já que o líder do partido para as eleições é designado posteriormente e pode haver outros pretendentes ao cargo.

Os 1.001 delegados do partido tiveram que escolher entre Laschet, Merz e o independente Norbert Rottgen. Os três vêm da mesma região, Renania do Norte-Westfalia, mas seus perfis são muito diferentes.

Laschet substitui no cargo a que foi considerada por muito tempo a mão direita de Merkel, Annegret Kramp-Karrenbauer, que a sucedeu na presidência em 2018 e renunciou em 2020 por não conseguir unir as fileiras do partido. Essas eleições no CDU foram adiadas várias vezes por conta da pandemia do coronavírus.

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Candidato da união

Laschet, um ex-jornalista de olhos risonhos, favorável à acolhida de migrantes, agradou o eleitorado mais centrista e, se for candidato em setembro, poderia inclusive formar uma eventual coalizão com os Verdes, a segunda força do país.

Durante o congresso virtual do partido, Laschet havia defendido que a CDU só continuaria no poder se “permanecesse forte no centro da sociedade”. “Talvez eu não seja o homem da perfeita ‘mise-en-scène’, mas sou Armin Laschet e vocês podem confiar em mim”, declarou.

O tom do discurso evocou a própria personalidade de Merkel, que governa a Alemanha desde novembro de 2005 com uma imagem pragmática e pouco midiática, mas que desperta segurança no eleitorado.

A forma como lidou com a pandemia no comando da Renânia do Norte-Vestfália, a região mais populosa da Alemanha, custou-lhe críticas, porém. Na primavera boreal (outono no Brasil), Laschet defendeu uma flexibilização das restrições, uma atitude que especialistas consideraram prematura.

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Seu maior adversário na disputa pela presidência do partido era Friedrich Merz, inimigo jurado da chanceler desde que foi derrotado na presidência do grupo conservador no Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento) em 2002. Ele sonhava com uma revanche, mas perdeu de novo neste sábado.

Este empresário já perdeu por pouca diferença em 2018 por Kramp-Karrenbauer. Sua postura contrária à imigração, que agrada os eleitores mais radicais, continuará pesando no futuro da CDU, já que Merz perdeu neste sábado mas conseguiu muitos votos a favor.

No entanto, o caminho de Laschet para a chanceleria também não será simples. Outro responsável, Markus Soder, dirigente do partido aliado União Social Cristã (CSU), também está muito bem colocado, já que se tornou uma das personalidades mais populares do país pela sua defesa das restrições severas na pandemia. O responsável sonha que a CDU o convide para se apresentar ao cargo e tornar-se, talvez, o primeiro chanceler de seu partido.

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