Após fortes protestos, Polônia rejeita proposta antiaborto
Cerca de 100.000 mulheres vestidas de preto participaram de passeatas em toda a Polônia para protestar contra a proposta
Os parlamentares da Polônia rejeitaram nesta quinta-feira planos para proibir quase totalmente o aborto no país, em uma votação organizada às pressas e que marcou o primeiro grande revés dos conservadores governistas após manifestações de dezenas de milhares de mulheres nas ruas. A proposta foi rejeitada por 352 votos, contra 58 favoráveis.
O partido governista Lei e Justiça (PiS) retirou inesperadamente seu apoio à proposta, apresentada ao Parlamento por um grupo independente antiaborto, em uma reunião de um comitê parlamentar no final da quarta-feira. “O PiS continua a apoiar a proteção da vida”, disse o líder partidário Jaroslaw Kaczynski ao Parlamento. “E irá continuar a adotar ações a este respeito, mas serão ações ponderadas”.
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Cerca de 100.000 mulheres vestidas de preto participaram de passeatas em toda a Polônia na Black Monday (Segunda-feira Negra) para protestar contra os planos de endurecer as regras já rígidas para a realização de abortos.
Algumas das manifestantes já votaram no PiS, o que preocupou o partido socialmente conservador e eurocético, que chegou ao poder em outubro prometendo ajudar os poloneses mais pobres e intensificar o papel do Estado na economia.
Segundo os planos rejeitados, o aborto só seria permitido na eventualidade de um risco direto à vida da mãe, e não mais em casos de estupro, incesto e grandes riscos de saúde para a mãe ou quando o bebê provavelmente terá deficiências permanentes. O projeto de lei previa penas de prisão para as mulheres que interromperem voluntariamente a gravidez e para os médicos envolvidos na prática.
(Com Reuters)