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Parlamento convoca líder do Irã a explicar como lidará com as sanções

País enfrenta desvalorização da moeda, inflação, fraco crescimento e desemprego; iranianos protestam contra corrução e falta de água e energia

Por Da Redação
Atualizado em 1 ago 2018, 13h39 - Publicado em 1 ago 2018, 13h10

Membros do Parlamento do Irã determinaram o prazo de um mês para que o presidente do país, Hassan Rouhani, compareça ao plenário para explicar como seu governo está lidando com as dificuldades econômicas de Teerã, relatou hoje a mídia estatal da República Islâmica.

Esta é a primeira vez que parlamentares convocam Rouhani, que está sob pressão por parte de adversários para mudar seu gabinete após a deterioração das relações do país com os Estados Unidos e as sanções econômicas que serão retomadas pelo governo americano.

A convocação do presidente iraniano acontece em meio a outras demonstrações de insatisfação pública. Diversos protestos têm sido realizados no Irã desde o início do ano contra a alta na inflação, a falta de água e energia e as acusações de corrupção na República Islâmica.

Os parlamentares querem questionar Rouhani sobre as estratégias para frear a desvalorização da moeda do país, o rial, que perdeu mais da metade do seu valor desde abril. Além disso, o fraco crescimento econômico e o aumento do desemprego também devem entrar em pauta, de acordo com a agência de notícias Isna.

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Rouhani, um pragmático que reduziu tensões com o Ocidente ao assinar um acordo nuclear em 2015, está enfrentando crescente pressão desde que o presidente americano, Donald Trump, abandonou o tratado em maio passado e impôs novamente sanções ao Irã, com o objetivo de sufocar a economia do país ao mirar suas vitais exportações de petróleo.

Segundo a Isna, parlamentares também querem que Rouhani explique como, mais de dois anos depois de assinar o acordo que reduziu o programa nuclear do Irã em troca da suspensão de sanções internacionais, os bancos iranianos ainda têm acesso limitado aos serviços financeiros globais.

Diálogo

Durante um comício em Tampa, na Flórida, Trump disse ontem ter “a sensação” de que representantes iranianos o procurarão “em breve”, apesar do ceticismo de Teerã em relação a um possível diálogo.

“Tenho a sensação de que eles estarão conversando conosco em breve”, disse o presidente americano. “E talvez não, tudo bem também.”

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Trump aproveitou a ocasião para novamente atacar o “terrível e unilateral” acordo nuclear entre o Irã e as potências mundiais. Na segunda-feira (30), porém, o presidente americano havia declarado que estava disposto a se reunir com os líderes iranianos “quando eles quiserem” e “sem pré-condições”.

“Eu me reuniria com (dirigentes do) Irã se eles quisessem se reunir. Não sei se já estão prontos”, disse Trump em uma coletiva de imprensa na Casa Branca ao lado do primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.

Pouco antes das palavras de Trump, o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores havia considerado como “impossíveis” discussões com a atual administração americana. “Washington revela sua natureza indigna de confiança dia após dia”, declarou Bahram Ghasemi à agência Mehr.

O vice-presidente do Parlamento, Ali Motahar, por sua vez, declarou à agência Fars que discutir com o presidente americano “seria uma humilhação”. O ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli, adicionou ainda que os Estados Unidos não são confiáveis. “Depois de sua retirada arrogante e unilateral do acordo nuclear, como podemos confiar?”, questionou.

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(Com Reuters e AFP)

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