Atenas, 10 fev (EFE).- O partido ultradireitista grego Alerta Popular Ortodoxo (LAOS), terceiro maior parceiro do Governo de Lucas Papademos, anunciou nesta sexta-feira que não votará no domingo no Parlamento a favor do acordo alcançado com a troika, formada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a União Europeia (UE) e o Banco Central Europeu (BCE).
‘Não votaremos um plano de austeridade que humilhe o país’, afirmou o líder do LAOS, Giorgos Karatzaferis, em referência aos ajustes pedidos pela troika para que Atenas receba um empréstimo de 130 bilhões de euros que salve a Grécia da quebra.
‘Dizemos ‘não’ à dominação estrangeira. E dizemos ‘sim’ ao diálogo’, ressaltou Karatzaferis em entrevista coletiva.
A formação ultradireitista soma 16 dos 252 deputados que formam a coalizão de Governo da qual participam também social-democratas e conservadores, em cujas fileiras também cresce a contrariedade com os ajustes.
Já durante as negociações sobre o plano, nos últimos dias, o líder de extrema direita havia expressado ‘sérias reservas’ sobre o texto e exigiu a opinião dos serviços legais do Estado, por crer que poderia violar a Constituição do país.
Karatzaferis também exigiu a reforma do atual Governo e a criação de um Executivo completamente formado por tecnocratas como o primeiro-ministro Papademos, ex-vice-presidente do BCE.
No entanto, o líder do LAOS assegurou que continua ‘apoiando’ o Governo e que manterá seu ministro e representantes no mesmo se Papademos assim quiser.
A Grécia está paralisada por uma greve de 48 horas que começou hoje contra os cortes impostos pela troika, especialmente pela redução de entre 22% e 32% do salário mínimo, assim como a terceira redução das pensões em dois anos (desta vez de 15%). EFE