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Para EUA, imigrantes brasileiros estão vivos

Grupo desapareceu na tentativa de chegar à Flórida a partir das Bahamas, rota pouca utilizada por brasileiros

Por Da redação
Atualizado em 27 dez 2016, 09h43 - Publicado em 27 dez 2016, 09h18

As autoridades americanas trabalham com a hipótese de que os brasileiros desaparecidos na tentativa de entrar por mar nos Estados Unidos estejam vivos, provavelmente mantidos incomunicáveis em algum ponto, aguardando o melhor momento para tentar ingressar no país. Essa linha é reforçada pelo fato de a guarda costeira americana não ter encontrado vestígios de naufrágio. Outra hipótese em investigação pelos norte-americanos é de que a embarcação esteja à deriva.

Os brasileiros que pretendiam ingressar ilegalmente nos Estados Unidos estão desaparecidos desde o dia 6 de novembro. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha o caso desde o dia 15 de novembro. “Nessa data, familiares de brasileiros que viajaram para as Bahamas informaram à Embaixada do Brasil em Nassau que haviam perdido contato com eles.” Segundo a pasta, a informação do desaparecimento foi imediatamente repassada à Polícia Federal e às autoridades migratórias, policiais e guardas costeiras de Bahamas e dos Estados Unidos. O Itamaraty vem trabalhando em conjunto com essas instituições.

Até o momento, porém, não há informações sobre o paradeiro das pessoas ou do barco em que elas estavam. “Por meio da Embaixada do Brasil em Nassau e do Consulado-Geral do Brasil em Miami, o Itamaraty continua engajado na busca de informações, em contato permanente com as autoridades dos EUA e das Bahamas, bem como com as famílias dos brasileiros desaparecidos que procuraram auxílio”, diz a nota. Ela acrescenta que, por respeito à privacidade das pessoas desaparecidas, não divulga detalhes sobre a identidade delas.

Rota atípica

Essa não é a primeira vez que a rota marítima entre Bahamas e a Flórida é utilizada. No entanto, a escolha não é comum para brasileiros, diz Eduardo Siqueira, professor associado na Universidade de Massachusetts em Boston, que estuda os fluxos migratórios entre o Brasil e os Estados Unidos há mais de uma década. Geralmente, explicou, os brasileiros entram nos Estados Unidos por avião com visto de turista e depois ficam para viver sem documentos, ou entram por terra através da fronteira com o México. Este caso, se confirmado, pode mostrar que “os brasileiros estão encontrando outros caminhos” porque as rotas habituais estão se tornando mais difíceis, refletiu.

O republicano Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, prometeu em sua campanha que deportará milhões de imigrantes em situação ilegal e que construirá um muro na fronteira com o México. Tudo isso “cria um clima de preocupação, de medo entre as comunidades de imigrantes, inclusive na brasileira”, diz Siqueira, acrescentando que “é preciso esperar” para ver que promessas vai cumprir.

De US$ 18 mil a US$ 24 mil

Em ano de crise, a busca de brasileiros pela entrada ilegal nos EUA vem preocupando autoridades brasileiras e americanas. Enquanto os Estados Unidos mantêm fiscalização rígida, prisões, deportações e avançam até em convênio com Governador Valadares, a Polícia Federal combate os coiotes, intermediários irregulares no processo de viagem.

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Para evitar que a ação de coiotes continue levando brasileiros para o exterior, a Polícia Federal realiza a Operação Espectro. Desencadeada há três meses em Governador Valadares e na região do Vale do Aço, também em Minas, ela culminou com dez mandados de busca e apreensão e nove de conduções coercitivas de pessoas envolvidas no envio de brasileiro para os Estados Unidos.

A quadrilha, segundo a PF, cobrava entre US$ 18 mil e US$ 24 mil pelo serviço. Os envolvidos respondem por falsidade ideológica, uso de documento falso e associação criminosa. A grande quantidade de mineiros que tentam entrar ilegalmente nos Estados Unidos e a ação dos coiotes fizeram com que o próprio governo americano buscasse uma saída para o problema. Nesse sentido, as autoridades americanas vêm tentando estreitar o relacionamento com a comunidade de Governador Valadares e região.

(Com Estadão Conteúdo e AFP)

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