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Para chefe da Otan, opção de ataque à Síria deve seguir aberta

Secretário-geral da aliança militar afirma que possibilidade de intervenção no país vai impulsionar o processo diplomático

Por Da Redação
19 set 2013, 10h09

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, afirmou nesta quinta-feira que não se deve descartar um ataque à Síria como forma de lidar com o regime do ditador Bashar Assad. Embora tenha elogiado a solução diplomática a que Estados Unidos e Rússia chegaram para eliminação do arsenal químico de Assad, Rasmussen afirmou que uma intervenção militar na Síria deve permanecer “na mesa”. Segundo ele, o ataque serviria para impulsionar o processo político-diplomático.

“‘A ameaça do uso da força facilita o processo diplomático e facilitou neste caso o acordo alcançado entre Rússia e Estados Unidos. Eu acho, independentemente do resultado das deliberações no Conselho de Segurança da ONU, que a opção militar ainda estará sobre a mesa”, disse Rasmussen em evento organizado pelo centro de estudos Carnegie Europe.

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O esboço de uma proposta de resolução do Conselho de Segurança sobre as armas químicas sírias que está sendo debatido em Nova York prevê o uso da força contra a Síria se o regime não cooperar. A Rússia, que é aliada do governo sírio e propôs o plano de entrega do arsenal do ditador Bashar Assad é contra qualquer possibilidade de punição.

Rasmussen também disse ter certeza que o governo sírio foi responsável pelo ataque com gás sarin em 21 de agosto em um subúrbio de Damasco, que segundo os EUA matou mais de 1 400 pessoas. Ele rejeitou as alegações do governo sírio e da Rússia de que os rebeldes seriam os responsáveis. “Os mísseis foram lançados de áreas controladas pelo governo. O uso de armas químicas é uma violação do direito internacional que merece uma resposta internacional firme”, afirmou.

Há nove dias, o regime sírio concordou com um plano proposto pela Rússia, aliada de Assad, para entregar o controle de seu arsenal. A proposta surgiu após os Estados Unidos terem responsabilizado Damasco pelo ataque contra a população síria no dia 21 de agosto.

Depois das primeiras notícias, os EUA passaram a ameaçar uma punição ao ditador com uma intervenção militar. Mas, após a proposta russa, a ideia perdeu força, apesar de Washington ainda afirmar que pode vir a realizar um ataque.

Nesta quinta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, voltou a afirmar que é contra o uso de força para lidar com a crise. “A ameaça do uso de força está longe de ser a solução para todos os problemas internacionais”. O presidente citou como exemplo o caso da Líbia, onde uma coalizão internacional interveio na guerra civil no país e ajudou a derrubar o ditador Muamar Kadafi em 2011. “Bons motivos, boas intenções levaram a uma dessas intervenções militares na Síria. Mas isso trouxe democracia? O país foi dividido entre tribos que ficam brigando entre si”, disse.

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Assad – Na noite de quarta-feira, o ditador Bashar Assad afirmou em uma entrevista ao canal americano Fox News que a entrega e a destruição do seu arsenal químico pode levar até um ano. Ele afirmou estar disposto a entregá-lo para “qualquer país que assumir o risco” de recebê-lo e destruí-lo, incluindo os Estados Unidos.

“Se o governo americano está disposto a gastar o dinheiro e assumir a responsabilidade de trazer materiais tóxicos para os Estados Unidos, por que não? Mas é claro que deverá ser feito na base de uma cooperação estipulada pela ONU”, disse o ditador. “Se elas vão ser destruídas, não importa para onde elas vão ser mandadas.”

Mesmo concordando em entregar seu arsenal, o regime sírio continua afirmando que não ordenou o ataque e responsabilizou os rebeldes que enfrentam o regime de Assad há mais de dois anos na guerra civil que assola o país e já deixou mais de 100 000 mortos.

Na segunda-feira, um relatório da ONU atestou que “amostras ambientais, químicas e médicas fornecem provas claras e convincentes de que foguetes com gás sarin foram usados em Damasco em 21 de agosto”. A coleta de evidências pelos investigadores da ONU ocorreu no final de agosto, cinco dias após a divulgação das primeiras notícias do ataque. O secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, classificou o ataque como um “crime de guerra“. Na entrevista, Assad voltou a negar que tenha ordenado o ataque e disse que ainda não teve acesso à íntegra do relatório da ONU.

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