Para Bill Clinton, crise na Síria lembra guerra na Bósnia
Em entrevista à CNN, ex-presidente disse que há semelhanças entre conflitos

O ex-presidente americano Bill Clinton declarou nesta quinta-feira que o agravamento da crise na Síria se assemelha em alguns aspectos à Guerra da Bósnia no início da década de 1990. Segundo o político democrata, que enfrentou o conflito nos Balcãs quando ocupava a Presidência dos EUA, alguma maneira precisa ser encontrada para acabar com a violência no país islâmico.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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As declarações de Clinton foram feiras durante uma entrevista à rede americana CNN. Ele afirmou simpatizar o presidente Barack Obama, cuja administração tem resistido a intervir militarmente na Síria sem o aval das Nações Unidas, apesar do derramamento de sangue na república árabe já durar mais de um ano desde o início dos protestos contra o ditador Bashar Assad.
Para Clinton, o mundo “viria correndo ajudar a Síria” se Assad deixasse o poder, mas é “muito difícil” para os Estados Unidos agirem sozinhos. “Temos que respeitar as limitações que estão agora ao presidente e nosso governo”, disse o ex-presidente.
“Estamos nass situação na Síria onde eu estava com a Bósnia em 1993 e 1994. Demorou dois anos (para o conflito acabar)”, disse Clinton, acrescentando que ele estava determinado a intervir na ex-república iugoslávia, mas não podia fazer isso sozinho. Segundo Clinton, outros países europeus precisavam primeiro ser “persuadidos a apoiar” a posição dos EUA.
Histórico – Iniciada após o esfacelamento da antiga Iugoslávia, a Guerra da Bósnia foi provocada por conflitos nacionalistas, étnicos e religiosos entre diversas nações que integravam a república iugoslava e deixou cerca de 100.000 mortos entre 1992 e 1995.
Na atual crise da Síria, forças do regime do ditador Bashar Assad e combatentes da oposição se enfrentam pelo controle de regiões do país, tendo como pano de fundo manifestações pró-democracia iniciadas em março do ano passado, na onda da Primavera Árabe. Segundo o último levantamento da ONU, mais de 9.400 pessoas já morreram no conflito.