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Paquistão soube da ação contra Osama após 15 minutos

Ministro foi avisado enquanto missão era realizada - mas sem todos os detalhes

Por Da Redação
9 Maio 2011, 08h50

O primeiro-ministro paquistanês vai ao Parlamento nesta segunda para explicar a postura de seu governo diante da operação dos EUA

O ministro paquistanês do Interior, Rehman Malik, afirmou nesta segunda-feira, em entrevista ao canal Al-Arabiya, que foi informado sobre a operação americana que encontrou e matou Osama bin Laden cerca de 15 minutos depois do início da missão – mas não foi comunicado de que o objetivo das tropas era eliminar o chefão da Al Qaeda. “Fui avisado da operação 15 minutos depois do início, mas não acreditava que este era o objetivo”, disse o ministro. É a primeira vez que alguma autoridade paquistanesa revela ter sido informada sobre a missão enquanto ela ainda estava ocorrendo – antes, acreditava-se que os Estados Unidos só tinham alertado os paquistaneses sobre a ação em seu território com a ação já encerrada.

O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, vai ao Parlamento nesta segunda para explicar a postura de seu governo diante da operação dos EUA que matou bin Laden. Uma porta-voz do governo afirmou que o premiê “ainda não definiu uma política sobre o que fazer com os familiares de bin Laden”, embora admitiu que “com certeza” o assunto será tratado nesta segunda pelo primeiro-ministro. Enquanto isso, o complexo residencial de Abbottabad onde o líder terrorista estava escondido nos últimos anos continua fechado sob proteção da forças de segurança paquistanesas. A Autoridade Reguladora de Comunicações do Paquistão proibiu até as entradas ao vivo pelos meios de comunicação nas imediações da casa.

Crianças – Uma semana depois da morte de Osama bin Laden, as autoridades do Paquistão agora estudam o que fazer com os familiares do líder da Al Qaeda, que estavam com ele no esconderijo de Abbottabad. As forças especiais dos Estados Unidos levaram o corpo do líder terrorista e o de outro adulto, mas deixaram várias pessoas para trás. Os membros das forças de segurança paquistanesas, que chegaram ao local depois da operação, encontraram quatro corpos no local – um deles, de uma mulher – e cerca de dez pessoas vivas, na maioria crianças. Entre os detidos estão uma mulher de bin Laden, de origem iemenita, e uma de suas filhas, de 12 ou 13 anos, além de oito ou nove crianças que estavam na casa do terrorista.

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De acordo com a imprensa paquistanesa, há até três viúvas de bin Laden vivas, nas mãos das forças de segurança locais. Uma delas seria afegã. Parte das crianças que viviam na casa seriam filhos do próprio bin Laden, uma informação ainda não confirmada. Já criticadas porque não encontraram o terrorista mais procurado do mundo dentro de seu próprio território, as autoridades do Paquistão enfrentam o nada agradável papel de resolver o que fazer com a família de bin Laden, uma decisão que pode provocar polêmica, principalmente entre os radicais muçulmanos. O mulá Abdul Aziz, clérigo da Mesquita Vermelha de Islamabad, reduto do fundamentalismo, disse na sexta-feira estar disposto a adotar as crianças da casa.

Problemas – O ministro de Interior paquistanês, Rehman Malik, foi no sábado à Arábia Saudita para discutir uma possível extradição de familiares de bin Laden ao país. Os sauditas, porém, não deverão se envolver no problema – o país árabe já havia retirado de bin Laden a nacionalidade saudita há mais de uma década. Uma fonte da ISI, a agência de inteligência paquistanesa, sinalizou que o mais provável é o envio dos familiares de bin Laden aos seus países de origem. Outra possibilidade seria o Paquistão conceder aos familiares do líder da Al Qaeda status de refugiados ou a opção de nacionalizá-los. “Trata-se de um dilema para Islamabad. Uma decisão equivocada pode criar mais problemas”, disse uma fonte oficial a um jornal local.

(Com agência France-Presse)

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