Paquistão promete investigar vida de bin Laden no país
No Parlamento, primeiro-ministro paquistanês diz que suspeita de cumplicidade do país com terrorista é 'absurda', e que governo deseja combater o terrorismo
O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, anunciou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação sobre a presença de Osama bin Laden no país. A apuração deverá determinar como ele conseguiu viver impunemente em uma cidade tão próxima da capital e em uma casa a um quilômetro de distância de uma academia militar.
Falando ao Parlamento paquistanês, Gilani disse que o país está determinado a lutar contra o terrorismo, depois de lembrar que a Al Qaeda não nasceu no Paquistão. O premiê disse que as acusações de cumplicidade dentro do governo ou do Exército paquistanês com a presença do líder da Al Qaeda no país são “absurdas”.
Também nesta segunda-feira, o ministro paquistanês do Interior, Rehman Malik, afirmou que foi informado sobre a operação americana que matou Osama bin Laden cerca de 15 minutos depois do início da missão – mas não foi comunicado de que o objetivo das tropas era eliminar o chefão da Al Qaeda.
Culpa – O premiê paquistanês admitiu que o Serviço de Inteligência Paquistanês (ISI, na sigla em inglês) falhou em não descobrir que o terrorista estava escondido no país há cerca de cinco anos, mas ressaltou que a culpa não é apenas do país. Gilani disse confiar plenamente nas forças de segurança do Paquistão e pediu para que não se julgue o caso com pressa.
“Ficar jogando a culpa nos outros não traz benefícios”, afirmou. Após o 11 de setembro de 2001, o primeiro-ministro havia creditado a fuga de bin Laden a uma “falha global de inteligência”. O principal partido de oposição do atual governo paquistanês intensificou os pedidos para que o primeiro-ministro e o presidente renunciem devido à “quebra de soberania” do país.
A queixa se refere à entrada das forças especiais americanas para atacar o complexo residencial onde bin Laden estava escondido. O Paquistão elogiou a morte de bin Laden, mas reclamou que a operação americana foi uma violação da sua soberania nacional, aumentando a tensão entre Islamabad e Washington, cujos laços são importantes no combate ao terrorismo.
(Com agência France-Presse)