Paquistão e Índia assinam tratados de cooperação
Governos firmaram acordos sobre vistos de viagem e de cooperação cultural
Os governos do Paquistão e da Índia assinaram neste sábado um acordo de liberalização do regime de vistos e outro de cooperação cultural. O tratado visa simplificar a realização de viagens entre os países para trabalhadores e também para turistas. Os ministros de Relações Exteriores dos dois países afirmaram, ao fim de uma reunião bilateral em Islamabad (Paquistão), que as relações entre os dois países apresentaram melhoras nos últimos tempos.
“Desde o ano passado foi demonstrado que existe um compromisso de mudar de atitude. Presenciamos uma grande melhoria em nossas relações”, disse a chefe da diplomacia paquistanesa, Hina Rabbani Khar, em entrevista coletiva junto a S. M. Krishna, titular da mesma pasta no governo indiano. “Estamos comprometidos a avançar para iniciar novos capítulos de paz e cooperação”, ressaltou Krishna, que disse ter observado “uma mudança positiva no ambiente” em comparação com sua visita anterior ao Paquistão, em 2010.
A estas iniciativas de estreitar a relação entre os países, se soma a recente decisão de ampliar as relações comerciais. “No final deste ano veremos uma normalização do comércio. Trataremos os comerciantes da Índia da mesma maneira que os de outros países”, anunciou Hina.
Divergências – Os titulares de Relações Exteriores não se esqueceram, no entanto, das questões que dividem seus países, que mantêm uma inflamada rivalidade desde a independência do Império Britânico e a partilha do subcontinente, em 1947. Hina declarou que para “sustentar” a aproximação bilateral é “importante” que haja “progresso simultâneo em todos os assuntos”, e mencionou disputas como a da região da Caxemira.
Krishna, por sua vez, lembrou do “compromisso” não cumprido de Islamabad levar a julgamento todos os responsáveis pelo ataque terrorista, assumido por um grupo extremista paquistanês, que em 2008 causou 166 mortos na cidade indiana de Mumbai. A Índia havia suspendido o processo de diálogo “integral” com o Paquistão após o ataque, mas em 2011 os governos de ambos os países decidiram retomá-lo.
(Com agência EFE)