Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Paquistão autoriza cristã condenada à morte por blasfêmia a deixar o país

Suprema Corte rejeitou recurso e confirmou decisão que inocentou a agricultora Asia Bibi; grupos radicais defendiam sua decapitação

Por Da redação
Atualizado em 29 jan 2019, 17h29 - Publicado em 29 jan 2019, 11h56

A Suprema Corte do Paquistão rejeitou nesta terça-feira, 29, um recurso contra a absolvição da agricultora cristã Asia Bibi, considerada inocente em um julgamento no último dia 31 de outubro. Agora, a paquistanesa deve deixar o país, depois de passar oito anos no corredor da morte, condenada por blasfêmia.

Asif Saeed Khosa, chefe de Justiça do país e um dos três juízes que analisaram a apelação, declarou: “Com base no mérito, essa petição de revisão está negada”.

O recurso foi impetrado pelo partido Tehreek-e-Labbaik Pakistan (TLP)uma legenda islâmica radical que liderou protestos violentos pelo país pedindo para que Bibi fosse morta. Depois do anúncio da decisão, o grupo pediu que seus membros estejam “prontos para a ação”.

Apesar das ameaças, a força do movimento está abalada, com a maior parte de seus líderes presos depois de uma onda de repressão do governo.

Continua após a publicidade

Escondida desde que sua pena de morte foi revogada, Bibi deve deixar o Paquistão nas próximas horas. Dois de seus cinco filhos já estariam no Canadá, que ofereceu asilo à paquistanesa. Em comunicado, a Anistia Internacional afirmou que ela deve ficar livre “para se reunir com sua família e buscar segurança em um país de sua preferência”.

Histórico

Bibi foi condenada à morte em 2010 no que rapidamente se tornou o processo por blasfêmia mais famoso do Paquistão. Ela foi acusada por vizinhos muçulmanos de insultar o profeta Maomé durante uma briga por um copo d’água.

Continua após a publicidade

A blasfêmia é uma questão sensível no país, onde mesmo acusações não comprovadas de insultos ao Islã podem provocar linchamentos. Ativistas dos direitos humanos dizem que acusações do tipo são frequentemente usadas como forma de vingança pessoal.

Depois que a Suprema Corte converteu a condenação de Bibi, cidades pelo Paquistão ficaram paralisadas por dias em protestos violentos, com extremistas pedindo por sua decapitação.

As negociações para acabar com a violência, lideradas pelo primeiro-ministro Imran Khan, chegaram ao acordo que legalizou uma petição buscando um apelo contra a decisão da Suprema Corte, que é a última instância do Judiciário paquistanês. Khan foi acusado de legitimar as demandas dos extremistas.

Continua após a publicidade

(com EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.