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Papa proclama cardeais especialistas em Islã, imigração e meio ambiente

Escolha do pontífice tem a ver com sua visão da Igreja Católica para além de seu mandato

Por AFP 5 out 2019, 22h21

O Papa Francisco proclamou neste sábado treze novos cardeais em uma cerimônia solene na basílica de São Pedro. Entre os novos dignatários estão especialistas em diálogo com o Islã e religiosos ligados a temas como imigração e meio ambiente. Durante a homilia, Francisco lembrou que um cardeal deve ser leal e ter acima de tudo compaixão. “Muitos comportamentos injustos dos homens da Igreja dependem da falta desse senso de compaixão”, alertou o pontífice.

Cada escolha de novos “príncipes da Igreja” é vista como mais um passo para modelar o colégio eclesiástico à visão do papa argentino e que, um dia, deverá escolher seu sucessor. O próximo papa poderá, inclusive, ser um dos recém-nomeados. De um total de 225 cardeais, 128 têm menos de 80 anos e podem votar em um futuro conclave. Entre esses potenciais eleitores, mais de 52% foram eleitos diretamente por Francisco, um terço por Bento XVI e 14% por João Paulo II.

Metade dos novos cardeais tem o perfil de “missionários”, revela um deles, monsenhor Miguel Ángel Ayuso Guixot, um discreto espanhol de 67 anos de idade, presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Interreligioso. O religioso estava em missão no Egito e no Sudão e é um grande especialista em Islã.

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O monsenhor espanhol Cristóbal López Romero, arcebispo de Rabat desde 2017, considera sua nomeação como um “impulso para as comunidades católicas do norte da África quase invisíveis”. Já o guatemalteco Álvaro Ramazzini, 72 anos, arcebispo da diocese de Huehuetenango na Guatemala, durante décadas é um firme protetor dos mais desfavorecidos, migrantes e indígenas, além de defensor de causas ambientais.

Outro latino-americano é o monsenhor cubano Juan de la Caridad García Rodríguez, arcebispo de San Cristóbal de La Habana.

Uma Igreja no mundo moderno – Segundo observadores, o pontífice argentino é profundamente dedicado a “uma igreja inscrita no mundo moderno”, em consonância com o Concílio Vaticano II. Os novos cardeais também incluem o jesuíta canadense de origem tcheca Michael Czerny, vice-secretário de uma seção do Vaticano encarregada de migrantes e refugiados, em colaboração direta com o papa Francisco.

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Matteo Zuppi, 63 anos, arcebispo de Bolonha na Itália, membro da comunidade Sant’Egidio muito envolvido com migrantes, defende uma clara aceitação dos fiéis homossexuais na Igreja.

Para essas nomeações, o pontífice argentino fez questão que todos os continentes estivessem presentes. Da Ásia vem o arcebispo de Jacarta (Indonésia), Ignatius Suharyo Hardjoatmodjo, e da África o arcebispo de Kinshasa, Fridolin Ambongo Besungu. Os representantes da Europa incluem o arcebispo do Luxemburgo Jean-Claude Höllerich, 61 anos, presidente da Comissão de Episcopados da União Europeia.

“O papa geralmente escolhe países pobres e o Luxemburgo não faz parte dessa categoria”, disseram os religiosos, expressando a surpresa dessa decisão. O mais novo dos novos cardeais é o monsenhor José Tolentino Medonça, português de 53 anos, com um perfil atípico por ser arquivista e bibliotecário da Santa Igreja Romana.

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Francisco também distinguiu outros três religiosos que não podem ser eleitores já que têm mais de 80 anos. São o arcebispo britânico Michael Louis Fitzgerald, ex-embaixador do Vaticano, especialista em Islã; de Dom Eugenio Dal Corso, missionário italiano em Angola; e um jesuíta lituano, arcebispo emérito de Kaunas, monsenhor Sigitas Tamkevicius, que passou vários anos em uma prisão soviética por ter escrito um jornal clandestino sobre as perseguições dos católicos.

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