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Papa Francisco critica ‘pais de pets’ que não querem ter filhos

Declaração foi feita em discurso ao lado do presidente da Indonésia, que o pontífice disse ser 'exemplo' para o mundo por suposta alta taxa de natalidade

Por Da Redação 4 set 2024, 13h42
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  • O papa Francisco voltou a criticar casais que decidem não terem filhos nesta quarta-feira, 4, dizendo ser “errado” que muitos estão optando por adotarem animais de estimação ao invés disso. A declaração foi dada durante discurso na Indonésia, primeira parada de sua turnê de 12 dias pelo Sudeste Asiático e Oceania.

    Ao lado do presidente indonésio, Joko Widodo, o pontífice elogiou seu país pela suposta alta taxa de natalidade e defendeu que o resto do mundo deveria seguir o exemplo.

    “No seu país, as pessoas têm três, quatro ou cinco filhos, esse é um exemplo para todos os países, enquanto alguns preferem ter apenas um gato ou um cachorrinho. Isso não pode dar certo”, declarou Francisco, fazendo Widodo cair na gargalhada.

    Em 2022, o papa já havia dito que casais que substituem filhos por bichinhos são “egoístas” e causam “prejuízo para a civilização”. Em 2014, ele fez comentários semelhantes sobre o assunto.

    Reação instantânea

    A declaração deu o que falar nas redes sociais. Muita gente destacou que a taxa de natalidade na Indonésia, assim como no resto do mundo, está em declínio. Segundo o Banco Mundial, caiu mais de 50% desde a década de 1960.

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    “O papa não sabe que muitas pessoas na Indonésia já estão decidindo não ter filhos”, escreveu um internauta. “Em alguns anos, a Indonésia será como o Japão”, disse outro.

    Também houve aqueles que ressaltaram o alto custo de ter um filho nos dias de hoje: “Você não precisa pagar a mensalidade dos cães até eles completarem 20 anos”.

    Em prol do diálogo

    No segundo dia de passagem pela Indonésia, o papa também defendeu um maior “diálogo interreligioso” como “contraposição ao extremismo e à intolerância”. No arquipélago de 17.500 ilhas, vivem quase oito milhões de católicos (menos de 3% da população) ao lado de 242 milhões muçulmanos (87%). Na quinta-feira, 5, ele deve encontrar-se com representantes das seis religiões oficialmente reconhecidas no país: islamismo, protestantismo, catolicismo, budismo, hinduísmo e confucionismo.

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    A Indonésia luta há anos contra o extremismo islâmico, responsável por um atentado com explosivos na ilha turística de Bali de outubro de 2002, que deixou 202 mortos.

    “A Igreja Católica deseja incrementar o diálogo interreligioso. Desta forma, podemos eliminar preconceitos e desenvolver um clima de respeito e confiança mútuos, indispensável para enfrentar desafios comuns. Distorcendo a religião, o extremismo e a intolerância tentam impor-se através do engano e da violência”, disse ele.

    O papa abordou a geopolítica ao afirmar que conflitos violentos “muitas vezes são o resultado da falta de respeito mútuo, do desejo intolerante de fazer prevalecer a todo o custo os próprios interesses, mesmo quando isso implica sofrimentos intermináveis para comunidades inteiras e resulta em verdadeiras guerras sangrentas”.

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