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Papa Francisco anuncia viagem ao Canadá após escândalo com indígenas

Igreja foi abalada pela descoberta de mais de mil sepulturas não marcadas em locais onde funcionavam escolas para indígenas comandadas por padres católicos

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 out 2021, 09h34

O Vaticano anunciou que o papa Francisco viajará ao Canadá, em uma data a ser determinada, para uma “reconciliação com os povos indígenas”. O episcopado canadense vive um momento difícil depois que um escândalo sobre mortes e abusos de crianças indígenas em internatos católicos do país foi revelado.

“A conferência episcopal do Canadá convidou o santo padre Francisco a realizar uma visita apostólica ao Canadá, também no contexto do processo pastoral, em andamento há tempos, de reconciliação com os povos indígenas”, diz o comunicado divulgado pelo Vaticano nesta quarta-feira 27. O pontífice “manifestou sua disponibilidade para visitar o país em uma data que será estabelecida mais adiante”, conclui.

A Igreja foi abalada pela descoberta de mais de mil sepulturas não marcadas contendo restos mortais, principalmente de crianças, em locais onde no passado funcionaram escolas para indígenas comandadas por padres católicos. Há um mês, a Igreja do Canadá apresentou um pedido de desculpas oficial aos povos aborígenes pelo escândalo.

Os líderes indígenas do Canadá há muito pedem um pedido de desculpas papal pelo papel da Igreja nas escolas residenciais, um sistema criado pelo governo que funcionou por cerca de 113 anos e que uma Comissão Nacional de Verdade e Reconciliação chamou de “genocídio cultural”.

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Mancha na história

Desde o século XIX até a década de 70, mais de 150.000 crianças das chamadas Primeiras Nações indígenas foram arrancadas dos braços de suas famílias e obrigadas a frequentar escolas cristãs financiadas pelo estado como parte de um programa para assimilá-las à sociedade canadense. Muitas delas nunca voltaram para casa.

Ao longo de décadas, as crianças foram forçadas a se converter ao cristianismo e proibidas de falar em suas línguas nativas. Muitos foram espancados e abusados ​​verbalmente, e afirma-se que até 6.000 morreram. Em 2008, o governo canadense pediu desculpas no Parlamento e admitiu que o tratamento nas escolas era abusivo.

Um relatório feito há mais de cinco anos por uma Comissão de Verdade e Reconciliação disse que pelo menos 3.200 crianças morreram em meio a abusos e negligência.

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