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Papa é aplaudido no Parlamento alemão apesar de boicote de deputados

Nas ruas de Berlim, milhares de pessoas protestam contra visita de Bento XVI

Por Da Redação
22 set 2011, 16h19

Apesar das ameaças de boicote feitas por deputados alemães nos últimos dias, o papa Bento XVI foi aplaudido por cerca de um minuto e meio no Parlamento da Alemanha durante o seu discurso. Enquanto isso, nas ruas de Berlim, milhares de pessoas protestavam contra a visita do Pontífice.

O Papa foi aplaudido três vezes enquanto falava ao Bundestag (como é chamado o Parlamento alemão), e, ao final, os parlamentares chegaram a ficar em pé para saudá-lo. O presidente do Parlamento, Norbert Lammert, definiu o discurso como um evento histórico. Apesar do acolhimento, vários deputados de partidos como Die Linke (esquerda ex-comunista), Verde e Social-democrata boicotaram o discurso sob a alegação de que não concordam com a presença de um líder religioso no Parlamento.

“Em nossa Constituição está escrito que todas as religiões devem ser tratadas igualmente. Para mim, este convite (para pronunciar um discurso no Bundestag) não respeita esta disposição”, declarou o deputado social-democrata (SPD-oposição federal), Rolf Schwanitz.

Pronunciamento – Em seu discurso, Bento XVI alertou aos deputados alemães sobre as leis contrárias à liberdade e a dignidade humanas, pedindo aos europeus que voltem às fontes de sua cultura que são “Jerusalém, Atenas e Roma”. “Em um momento histórico, no qual o homem adquiriu um poder até agora inimaginável, tem a capacidade de destruir o mundo. Pode-se manipular a si mesmo. Pode-se , por assim dizer, fazer seres humanos e privar de sua humanidade outros seres humanos”, afirmou, fazendo alusão à seleção genética e ao aborto terapêutico.

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O Papa recordou que nos primeiros séculos da Igreja “a resistência a certos regulamentos jurídicos vigentes foi justificada”. “Baseados nesta convicção, os combatentes da Resistências atuaram contra o regime nazista e outros regimes totalitários”, disse. “Nós, os alemães (…) experimentamos como o poder se separou do direito, enfrentou o direito, como pisoteou o direito, de maneira que o Estado se converteu num instrumentos para a destruição do direito”, acrescentou.

Além disso, Bento XVI destacou que “servir o Direito e combater o domínio da injustiça é a tarefa fundamental do político”, destacando que a motivação para ingressar na vida pública não deve ser o sucesso ou os bens materiais, mas a luta por justiça e paz.

Protesto – Fora do Parlamento, contudo, a realidade era outra. Milhares de pessoas se reuniram em Berlim para protestar contra a visita de Bento XVI na Postdamer Platz, uma das principais praças da capital. Exibindo cartazes com a inscrição “Papa go home”, os participantes na manifestação fazem parte de associações homossexuais, de ateus ou de vítimas de abusos sexuais por parte de padres.

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Reunião – Depois do discurso, Bento XVI se reuniu com a chanceler alemã, Angela Merkel. O principal assunto da reunião foi a crise financeira na Europa. Na ocasião, Merkel destacou a importância da união do continente e a adoção de medidas em conformidade, o que, segundo ela, é um dos grandes desafios “na era da globalização”.

(Com agência France-Presse)

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