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Papa diz que guerra na Ucrânia não foi provocada só pelo ‘império russo’

Francisco defendeu que o conflito foi alimentado por interesses de 'vários impérios de outros lugares', sem especificar quais

Por Da Redação
10 mar 2023, 08h49

O papa Francisco disse que a guerra na Ucrânia foi provocada pelos interesses de vários “impérios” e não apenas da Rússia, uma relativização que repercutiu mal nos países ocidentais pró-Kiev. A declaração foi dada em uma entrevista à televisão ítalo-suíça RSI, cujos trechos foram divulgados nesta sexta-feira, 10.

Francisco disse que o conflito foi alimentado por “interesses imperiais, não apenas do império russo, mas de impérios de outros lugares”.

O pontífice expressou, ainda, disposição para conversar com o presidente russo, Vladimir Putin, para pedir paz.

A entrevista será transmitida na íntegra neste domingo 12. Alguns extratos foram publicados nesta sexta-feira pelos jornais italianos La Repubblica, La Stampa e Corriere della Sera.

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Outros líderes que fizeram declarações semelhantes foram mal recebidos. Em uma entrevista à revista TIME, quando nem era candidato à eleição do ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o ucraniano, Volodymyr Zelensky, era tão culpado quando Putin pela guerra, e que o líder dos Estados Unidos, Joe Biden, incentivou o conflito ao invés de tentar impedi-lo.

Embora tenha dito, recentemente, que “quando um não quer, dois não brigam”, o governo Lula tem se empenhado em mudar o discurso sobre a Ucrânia, responsabilizando a Rússia – e apenas ela – pela invasão territorial e crimes de guerra.

Se a moda da renúncia pegar…

Francisco, que tem 86 anos e comemora o 10º aniversário de seu papado em 13 de março, também disse que renunciaria ao cargo se ficasse muito cansado e perdesse a capacidade de governar a Igreja Católica Romana.

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No mês passado, ele disse que renúncias papais deveriam ocorrer apenas em circunstâncias excepcionais.

Seu antecessor Bento XVI, que morreu em 31 de dezembro, aos 95 anos, foi o primeiro pontífice a abandonar o posto em cerca de 600 anos.

Questionado sobre o que o levaria a tomar a mesma decisão de desistir, Francisco disse: “Um cansaço que não te faz ver as coisas com clareza. Uma falta de clareza, de saber avaliar as situações”. Ele também afirmou estar “um pouco envergonhado” de usar uma cadeira de rodas devido a um problema no joelho.

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“Estou velho. Tenho menos resistência física, o joelho foi uma humilhação física, mesmo que a recuperação esteja indo bem agora”, disse.

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