Papa diz que a liberdade de expressão não dá o direito de ofender o próximo

Durante uma entrevista feita a bordo de um avião na Ásia, Francisco também disse que não se pode insultar uma religião e nem matar em nome de Deus

Por Da Redação
15 jan 2015, 10h39

**1/38** Papa Francisco sorri durante encontro com devotos na Universidade de Manila, nas Filipinas - 18/01/2015 *(Stefano Rellandini/Reuters)*

**2/38** De denro do Papa Móvel, Papa Francisco acena para devotos que comparecem à sua passagem pela cidade de Manila, capital das Filipinas - 18/01/2015 *(Cheryl Ravelo/Reuters)*

**3/38** Papa Francisco acena para devotos de dentro do Papa Móvel ao chegar na cidade de Manila, nas Filipinas - 18/01/2015 *(Ted Aljibe/AFP)*

**4/38** Papa Francisco durante missa junto à membros do clero na capital das FIlipinas, Manila - 18/01/2015 *(EPA/Dennis M. Sabangan/EFE)*

**5/38** Ao lado de membros clérigos, Papa Francisco discursa no Parque Rizal, em Manila, capital das Filipinas - 18/01/2015 *(Stefano Rellandini/Reuters)*

**6/38** Devoto acende vela durante discurso de Papa Francisco no Parque Rizal, na cidade de Manila, capital das FIlipinas - 18/01/2015 *(Cheryl Ravelo/Reuters)*

**7/38** Foto aérea na região do Parque Rizal mostra devotos à espera da chegada do Papa Francisco à capital das Filipinas, Manila - 18/01/2015 *(Philippine Air Force Public Information Office (PAF-PIO/AFP)*

**8/38** Foto aérea da cidade de Manila, capital das Filipinas, mostra devotos esperando a chegada de Papa Francisco na chuva, na região do Parque Rizal - 18/01/2015 *(Philippine Air Force Public Information Office (PAF-PIO)/EFE)*

**9/38** Devota segura rosários e imagem durante visita de Papa Francisco à cidade de Manila, capital das FIlipinas - 18/01/2015 *(Cheryl Ravelo/Reuters)*

**10/38** De dentro do Papa Móvel, Papa Francisco acena para multidão na cidade de Manila, capital das Filipinas - 18/01/2015 *(Jay Directo/AFP)*

**11/38** Multidão confere visita de Papa Francisco à cidade de Manila, capital das Filipinas - 18/01/2015 *(Erik De Castro/Reuters)*

**12/38** Papa Francisco usa capa de chuva de plástico enquanto acena para fieis na cidade de Tacloban, nas Filipinas *(Johannes Eisele/AFP)*

**13/38** Papa Francisco durante sua visita à cidade de Tacloban, nas Filipinas - 17/01/2015 *(EPA/HO/EFE)*

**14/38** Papa Francisco é cercado por crianças no aeroporto da cidade de Manila, durante sua visita às Filipinas - 17/01/2015 *(EPA/HO/EFE)*

**15/38** Papa Francisco toca o rosto de um bebê no aeroporto da cidade de Manila, capital das Filipinas - 17/01/2015 *(EPA/HO/EFE)*

**16/38** Papa Francisco conversa com membro do Vaticano durante seu vôo de Tacloban para Manila, capital das Filipinas - 17/01/2015 *(Stefano Rellandini/Reuters)*

**17/38** Papa Francisco conduz os fieis da cidade de Tacloban durante sua visita às Filipinas - 17/01/2015 *(Osservatore Romano/AFP)*

**18/38** Papa Francisco beija imagem de Jesus durante encontro com os sobreviventes do tufão Haiyan em 2013, durante visita a Sri Lanka e às Filipinas - 17/01/2015 *(Osservatore Romano/AFP)*

**19/38** Durante visita à Sri Lanka e às Filipinas, Papa Francisco se encontra com os sobreviventes do tufão Haiyan de 2013 na Catedral Palo, em Tacloban - 17/01/2015 *(Osservatore Romano/AFP)*

**20/38** Moradores de uma vila de Tacloban fazem suas orações durante visita de Papa Francisco à cidade, nas Filipinas - 17/01/2015 *(Johannes Eisele/AFP)*

**21/38** Na Catedral Palo, em Tacloban, Papa Francisco segura estátua junto à membros clérigos locais durante visita ao Sri Lanks e às Filipinas - 17/01/2015 *(Osservatore Romano/Reuters)*

**22/38** Devota segura seu terço durante visita de Papa Francisco à cidade de Tacloban, nas Filipinas - 17/01/2015 *(Johannes Eisele/AFP)*

**23/38** Papa Francisco abençoa um fiel durante cerimônia em Manila, nas Filipinas - 16/01/2015 *(Ettore Ferrari/EFE)*

**24/38** Papa Francisco se reúne com crianças durante visita a uma fundação em Manila, nas Filipinas - 16/01/2015 *(Osservatore Romano/Reuters)*

**25/38** Freira segura uma foto do papa Francisco antes da missa presidida pelo líder da Igreja Católica na Catedral de Manila, nas Filipinas - 16/01/2015 *(Stefano Rellandini/Reuters)*

**26/38** Papa Francisco fala durante missa na Catedral de Manila, nas Filipinas - 16/01/2015 *(Stefano Rellandini/Reuters)*

**27/38** Papa Francisco na chegada ao palácio presidencial Malacanang, em Manila, onde foi recebido pelo presidente das filipino, Benigno Aquino III - 16/01/2015 *(Dennis M. Sabangan/EFE)*

**28/38** Devotos usam tablets e celulares para fotografar durante passagem do papa Francisco pelas ruas de Manila, nas Filipinas - 16/01/2015 *(Dennis M. Sabangan/EFE)*

**29/38** Papa Francisco durante cerimônia de boas-vindas no aeroporto de Colombo, no Sri Lanka *(VEJA.com/Reuters)*

**30/38** Papa Francisco concede entrevista a jornalistas durante voo entre Colombo, no Sri Lanka e Manila, nas Filipinas - 15/01/2015 *(Stefano Rellandini/Reuters)*

**31/38** Papa Francisco saúda os fiéis na chegada a Manila, nas Filipinas - 15/01/2015 *(Osservatore Romano/EFE)*

**33/38** Papa Francisco desembarca em Manila, nas Filipinas, durante viagem à Ásia – 15/11/2014 *(Osservatore Romano/Reuters)*

**34/38** Crianças posam em frente a um pôster do papa Francisco em Manila, nas Filipinas. O pontífice visita o país e deve realizar uma missa na cidade de Tacloban, destruída pela passagem do tufão Hayan em 2013 - 14/01/2015 *(Francis R. Malasig/EFE)*

**35/38** O papa Francismo durante missa em Colombo, no Sri Lanka *(Osservatore Romano/EFE)*

**36/38** Mulher indiana reza antes da chegada do Papa Francisco ao santuário de Nossa Senhora de Madhu, no Sri Lanka - 14/01/2015 *(Alessandra Tarantino/EFE)*

**37/38** Fiéis saúdam o papa Francisco durante a missa de canonização do missionário José Vaz no Sri Lanka - 14/01/2015 *(Osservatore Romano/EFE)*

**38/38** Fiéis saúdam o papa Francisco na chegada para a missa de canonização do missionário José Vaz no Sri Lanka - 14/01/2015 *(Lakruwan Wanniarachchi/AFP)*

O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira que a liberdade de expressão tem seus limites e que não se pode provocar nem ofender a religião. Durante sua viagem de avião do Sri Lanka para as Filipinas, o sumo pontífice foi questionado por um jornalista sobre o atentado ao semanário satírico francês Charlie Hebdo, na semana passada. Cauteloso, sem mencionar especificamente o ataque e nem o nome do semanário, o papa disse que tanto a liberdade de expressão como a liberdade religiosa “são direitos humanos fundamentais”. “Temos a obrigação de falar abertamente, de ter esta liberdade, mas sem ofender”, continuou.

Sobre a liberdade religiosa, destacou que “cada um tem o direito de praticar sua religião, mas sem ofender” e considerou uma “aberração” matar em nome de Deus. “Não se pode ofender, ou fazer guerra, ou assassinar em nome da própria religião ou em nome de Deus”, afirmou. “Também nós fomos pecadores, mas não se pode assassinar em nome de Deus”, insistiu Francisco. “Acho que os dois são direitos humanos fundamentais, tanto a liberdade religiosa, como a liberdade de expressão”, continuou o papa sobre a compatibilidade entre ambos os conceitos.

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O jornalista francês que lhe fez a pergunta o interrompeu e afirmou: “Vamos falar sobre Paris, sejamos claro”. O papa então disse: “Temos a obrigação de falar abertamente, de ter esta liberdade, mas sem ofender. É verdade que não se pode reagir violentamente, mas se Gasbarri [Alberto Gasbarri, responsável pelas viagens internacionais do papa], grande amigo, diz uma palavra feia sobre minha mãe, pode esperar um murro. É normal!”, assegurou. “Dei este exemplo para dizer que na liberdade de expressão há limites, como o que Gasbarri disse da minha mãe”, disse o papa aos jornalistas. Francisco ainda lamentou que exista “muita gente que fala mal de outras religiões ou das religiões”. Para o pontífice, estas pessoas “provocam”.

Ainda sobre a liberdade de expressão, Francisco esclareceu que “é uma obrigação dizer o que se pensa para ajudar o bem comum. Se um senador ou um político não diz o que pensa, não colabora com o bem comum'”. O papa ainda citou o seu antecessor, o papa emérito Bento XVI, quando ele palestrou na universidade alemã de Regensburg sobre a existência de uma mentalidade ‘pós-positivista’ que conduz erroneamente a considerar como ‘subculturas’ as religiões ou as expressões religiosas.

(Com agências France-Presse e EFE)